O conflito surge em um contexto onde a gestão dos recursos hídricos pela Codevasf tem sido criticada por favorecer o agronegócio em detrimento da agricultura familiar
Um grupo composto por aproximadamente 300 famílias do Acampamento Terra Nossa, localizado na região norte de Juazeiro, Bahia, ocupou uma área da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), na manhã deste domingo (10). A ação é um protesto contra a empresa, acusada de restringir o acesso das famílias à água.
Desde o dia 23 de abril, as famílias envolvidas na ocupação encontram-se acampadas em um território de aproximadamente 4 mil hectares, situado a 800 metros do Projeto Salitre da Codevasf, que dispõe de uma área de 51 mil hectares dedicados à irrigação.
O conflito surge em um contexto onde a gestão dos recursos hídricos pela Codevasf tem sido criticada por favorecer o agronegócio em detrimento da agricultura familiar e dos pequenos produtores, mediante a concessão de acesso à água prioritariamente para grandes empresas e empresários.
Segundo o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) da Bahia, um acordo firmado em 2008 entre Codevasf, Incra, o governo federal e o MST previa o assentamento de 1000 famílias em 13.000 hectares de terra. Contudo, após 16 anos, apenas 192 famílias foram assentadas, e pouco mais de 5.500 hectares foram regularizados, o que aponta para um descumprimento do acordo por parte da Codevasf, especialmente no que tange ao acesso à água, considerado um direito básico e universal.
O MST enfatiza a relevância da agricultura familiar, defendendo a necessidade de inclusão desse segmento nos perímetros irrigados, com garantia de acesso à terra e água para a produção de alimentos saudáveis.
Fonte: Brasil 247
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