domingo, 10 de março de 2024

Mulheres sem terra ocupam área da Codevasf na Bahia revindicando terra e água

 O conflito surge em um contexto onde a gestão dos recursos hídricos pela Codevasf tem sido criticada por favorecer o agronegócio em detrimento da agricultura familiar

Elas acusam a empresa de não cumprir um acordo feito com as famíliasElas acusam a empresa de não cumprir um acordo feito com as famílias (Foto: Assessoria MST-BA)

Um grupo composto por aproximadamente 300 famílias do Acampamento Terra Nossa, localizado na região norte de Juazeiro, Bahia, ocupou uma área da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), na manhã deste domingo (10). A ação é um protesto contra a empresa, acusada de restringir o acesso das famílias à água.

Desde o dia 23 de abril, as famílias envolvidas na ocupação encontram-se acampadas em um território de aproximadamente 4 mil hectares, situado a 800 metros do Projeto Salitre da Codevasf, que dispõe de uma área de 51 mil hectares dedicados à irrigação.

O conflito surge em um contexto onde a gestão dos recursos hídricos pela Codevasf tem sido criticada por favorecer o agronegócio em detrimento da agricultura familiar e dos pequenos produtores, mediante a concessão de acesso à água prioritariamente para grandes empresas e empresários.

Segundo o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) da Bahia, um acordo firmado em 2008 entre Codevasf, Incra, o governo federal e o MST previa o assentamento de 1000 famílias em 13.000 hectares de terra. Contudo, após 16 anos, apenas 192 famílias foram assentadas, e pouco mais de 5.500 hectares foram regularizados, o que aponta para um descumprimento do acordo por parte da Codevasf, especialmente no que tange ao acesso à água, considerado um direito básico e universal.

O MST enfatiza a relevância da agricultura familiar, defendendo a necessidade de inclusão desse segmento nos perímetros irrigados, com garantia de acesso à terra e água para a produção de alimentos saudáveis. 

Fonte: Brasil 247

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