O senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) reagiu com ironia à
ação judicial apresentada pelo Partido dos Trabalhadores (PT) para barrar a
tentativa de mudança de domicílio eleitoraL da deputada federal Rosângela Moro
(União Brasil-SP). O parlamentar publicou em sua conta oficial na rede X que é
“digno de nota o medo que o PT tem” da sua mulher, mesmo, segundo ele, sem
“eleições no horizonte”. Atualmente, o senador é alvo de um julgamento por
abuso de poder econômico que pode cassar seu mandato e abrir o caminho para uma
eleição suplementar ao cargo.
O PT
argumentou na ação apresentada no último sábado, 9, que Rosângela está
vinculada ao domicílio de São Paulo em razão do cargo eletivo que ocupa e que,
portanto, não poderia alterá-lo enquanto exerce o mandato como deputada eleita
pelos paulistas. A parlamentar foi eleita com mais de 217 mil votos pelo Estado
nas eleições de 2022.
Em
nota enviada ao Estadão, Rosângela diz que “transferência do domicílio
eleitoral é um direito de todo cidadão brasileiro” e afirma que “continuará a
representar o Estado de São Paulo e sua população, mantendo, inclusive, seu
escritório de representação aberto na capital paulista e a agenda nas demais
cidades do Estado.
Vaga de Moro é alvo de disputa
A tentativa
de troca de domicílio de Rosângela, a movimentação judicial do PT e a reação de
Moro ocorreram sob o mesmo pano de fundo: o julgamento por abuso de poder
econômico que pode cassar o mandato do senador e abrir o caminho para uma
eleição suplementar, o que desperta interesse em políticos petistas e reações
da família Moro para não perder o espólio no Paraná.
Com
a mudança de seu domicílio eleitoral de São Paulo para o Paraná, Rosângela fica
habilitada a concorrer à vaga do marido numa eventual cassação. A deputada
teria a possibilidade de recorrer ao capital político de Moro no Estado, onde
foi eleito com 1,9 milhão de votos.
Ao mesmo tempo, petistas paranaenses como a presidente do
partido, Gleisi Hoffmann, e o deputado federal Zeca Dirceu também se movimentam
nos bastidores para eventualmente disputar a vaga de Moro. Para o PT, é
estratégico impedir que Rosângela concorra com o objetivo de não ter que
disputar contra uma adversária apadrinhada por um político de expressão no
Estado.
A ação do PT
contra Rosângela está vinculada aos diretórios do partido em São Paulo e no
Paraná. Segundo os autores, “mesmo que o conceito de domicílio eleitoral seja
mais elástico do que o domicílio civil”, o local com o qual um candidato se
identifica não deve ser “mero formalismo” para o registro da candidatura. Os
autores também argumentam que o domicílio garante ao eleitor que o parlamentar,
de fato, irá representar os interesses de um determinado local.
A
presidente do PT usou a tentativa de mudança de domicílio para antagonizar
Rosângela e disse em publicação nas redes sociais que o movimento da deputada
simboliza um “desprezo pela população paranaense”. Gleisi ainda acusou o casal
de serem “moralistas sem moral”. A mulher de Moro, por sua vez, também rebateu
com ironia as críticas da adversária: “Chora, Gleisi”.
Fonte: Bem
Paraná
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