À época da falsificação, destacam os magistrados, já estava claro que o golpe não prosperaria, então Bolsonaro 'resolveu ir embora'
Ministros do Supremo
Tribunal Federal (STF), avaliam que existe uma ligação entre a cronologia da
fraude do cartão de vacina da Covid-19 em favor de Jair Bolsonaro (PL) com a
suposta tentativa de um golpe de Estado visando mantê-lo no poder. Segundo a coluna
da jornalista Andréia Sadi,
do G1, a Polícia Federal apurou que o documento falso da vacinação de Bolsonaro
foi inserido nos registros oficiais do governo em 21 de dezembro de 2022, cerca
de uma semana antes de o então mandatário viajar para os Estados Unidos.
“De acordo com ministros do STF, à época da inclusão
falsa, já estava claro que as Forças Armadas – possivelmente diante da falta de
apoio externo – não autorizariam um golpe de Estado. A mensagem em que o
general Braga Netto, que havia sido candidato a vice de Bolsonaro, chama o
comandante do Exército, Freire Gomes, de ‘cagão’ por não ter aderido ao golpe
foi enviada em 14 de dezembro”, destaca a reportagem.
Bolsonaro deixou o Brasil no dia 30 de dezembro, véspera do
término do seu mandato à frente do Executivo Federal. Ministros do STF sugerem
que ele decidiu falsificar o certificado devido ao receio de ser barrado por
não ter se vacinado. Na época, os EUA exigiam o cartão de vacinação contra
Covid para entrar no país.
Ainda conforme a reportagem, a Polícia Federal aponta que
alguns investigados pela intentona golpista “se evadiram do país, retirando
praticamente todos seus recursos aplicados em instituições financeiras,
transferindo-os para os EUA, para se resguardarem de eventual persecução
penal". No caso de Bolsonaro, existe o registro de uma operação de câmbio
no valor de R$ 800 mil, realizada em 27 de dezembro, direcionando fundos para
uma instituição bancária norte-americana, onde o ex-mandatário mantém uma
conta.
Além disso, investigações também apontam para uma tentativa,
ocorrida também em dezembro de 2022, de resgatar joias oferecidas como
presentes por autoridades sauditas a que deveriam ter sido incorporadas ao
patrimônio do Estado brasileiro, mas que Bolsonaro tentou se apropriar.
A Polícia Federal indiciou Bolsonaro (PL), o
tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-mandatário, e o deputado
federal Gutemberg Reis (MDB-RJ), além de outras 14 pessoas pelos crimes de
associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema público no âmbito
das investigações sobre as fraudes nos cartões de vacinação.
Fonte: Brasil 247 com informações da jornalista Andréia Sadi em sua coluna, no G1
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