segunda-feira, 11 de março de 2024

Mauro Cid chega para prestar novo depoimento à PF sobre trama golpista

 Investigadores esperam que o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro aborde pontos que foram deixados de lado em sua delação premiada, firmada em setembro do ano passado

Mauro Cid durante depoimento na CPI dos Atos GolpistasMauro Cid durante depoimento na CPI dos Atos Golpistas (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), chegou à sede da Polícia Federal para prestar um novo depoimento no âmbito do inquérito que apura uma suposta trama golpista para impedir a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Os investigadores esperam que Cid aborde pontos que foram deixados de lado em sua delação premiada, firmada em setembro do ano passado. Em oitivas anteriores, o tenente-coronel não mencionou uma reunião ministerial realizada por Bolsonaro em julho de 2022, quando o então mandatário teria insuflado seus ministros a questionar o resultado das eleições.

Além disso, Cid também teria omitido uma suposta tratativa com o major das Forças Especiais do Exército, Rafael Martins de Oliveira, envolvendo o pagamento de R$ 100 mil que seria utilizado para custear despesas de manifestantes Bolsonaro acampados em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília. A negociação foi descoberta em mensagens no celular de Cid, datada de 14 de novembro de 2022, após as eleições.

Para a Polícia Federal, a troca de mensagens sugere que militares da ativa e integrantes do governo Bolsonaro estariam fornecendo suporte material e financeiro para manter as manifestações antidemocráticas com o objetivo de criar uma falsa sensação de apoio popular à intentona golpista.

A defesa de Mauro Cid assegurou que ele irá responder a todas as perguntas dos investigadores para não perder os benefícios da delação, apesar de expressar insatisfação com o que considera "narrativa" criada pela Polícia Federal.

Saiba mais - O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro (PL) afirmou em sua delação premiada à Polícia Federal (PF) que o então mandatário teria consultado os três comandantes das Forças Armadas sobre a possibilidade de um golpe de Estado em uma reunião privada, realizada no Palácio da Alvorada, logo após a derrota nas urnas em 2022.

Segundo trechos do depoimento de Mauro Cid, obtidos pela revista Veja, a reunião ocorreu em novembro de 2022, poucos dias após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas. De acordo com o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, ele convocou os chefes do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, da Aeronáutica, brigadeiro Carlos Baptista Júnior, e da Marinha, almirante Almir Garnier.

Fonte: Brasil 247 com informações da revista Veja

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