sexta-feira, 8 de março de 2024

Mais escolarizadas, mulheres ganham menos e ocupam menos cargos de liderança, mostra o IBGE

 As mulheres trabalham mais e ganham menos, conforme revela o estudo "Estatísticas de Gênero", referente a 2022

(Foto: Tânia Rêgo / ABr)

Nesta sexta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados alarmantes sobre a desigualdade de gênero no mercado de trabalho, destacando que, embora mais escolarizadas, as mulheres continuam ganhando menos que os homens em média, informa o g1.

De acordo com o estudo "Estatísticas de Gênero", referente a 2022, as mulheres ganham em média 21% a menos que os homens. Essa disparidade é ainda mais acentuada em profissões intelectuais e científicas, onde as mulheres recebem em média 36,7% a menos.

Apesar de 21,3% das mulheres com 25 anos ou mais possuírem ensino superior, contra 16,8% dos homens, a ascensão a cargos de liderança ainda é um desafio. Apenas 39% desses postos são ocupados por mulheres, em comparação com 61% ocupados por homens.

Outro aspecto preocupante é a sobrecarga feminina com o trabalho doméstico e de cuidado. As mulheres dedicam, em média, 21,3 horas semanais a essas atividades, quase o dobro do tempo dedicado pelos homens, que é de 11,7 horas. Na região Nordeste do Brasil, essa diferença é ainda maior, com mulheres dedicando 23,5 horas semanais, em comparação com 11,8 horas dos homens.

O estudo também evidencia desigualdades raciais, mostrando que mulheres pretas e pardas gastam mais tempo nas atividades domésticas do que as brancas. Além disso, quanto maior a renda da mulher, menos tempo ela gasta com afazeres domésticos, indicando uma tendência à contratação de trabalho doméstico remunerado, geralmente realizado por mulheres.

A jornada total de trabalho das mulheres, incluindo trabalho remunerado e afazeres domésticos, é significativamente maior que a dos homens, com uma média de 54,4 horas semanais para elas, contra 52,1 horas para eles. No Sudeste, essa diferença é ainda mais acentuada, com mulheres trabalhando em média 55,3 horas por semana.

Essa sobrecarga de trabalho pode ter sérias consequências para a saúde das mulheres. Um estudo global realizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) revelou que trabalhar mais de 55 horas por semana está associado a um risco 35% maior de AVC e 17% maior de morrer de doença cardíaca.

Além das desigualdades no mercado de trabalho, o estudo também abordou a representatividade feminina na política. O Brasil ocupa a 133ª posição entre 186 países no que diz respeito à proporção de parlamentares mulheres, com apenas 17,9% da Câmara dos Deputados em 2023. Na América Latina, o país é o último colocado nesse ranking.

Fonte: Brasil 247 com informações do g1

Nenhum comentário:

Postar um comentário