sexta-feira, 1 de março de 2024

Juíza punida com aposentadoria compulsória por manifestações políticas é alvo de nova investigação do CNJ

 Conhecida pelo apoio a Bolsonaro e ataques a decisões judiciais, Grilo foi citada devido à sua não localização nos endereços fornecidos

A juíza Ludmila Lins Grilo, punida com aposentadoria compulsória em maio do ano passado depois de manifestações políticas, é alvo de uma nova investigação pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por suas críticas à punição que recebeu. Conhecida por seu apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, por ataques a decisões judiciais e estímulo à desobediência das medidas sanitárias durante a pandemia, Grilo foi citada por edital devido à sua não localização nos endereços fornecidos anteriormente.

O prazo de 30 dias foi concedido para que ela apresente sua defesa na nova ação, sob risco de ser processada à revelia. O conselheiro Guilherme Augusto Caputo Bastos, relator do processo, ressaltou que o Tribunal de Justiça de Minas Gerais não tem conhecimento de sua localização, levantando a possibilidade de ela ter deixado o país, conforme noticiado pela imprensa.

Em maio de 2023, o TJ-MG havia determinado a aposentadoria compulsória de Ludmila, que atuava como titular da Vara Criminal e da Infância e da Juventude de Unaí.

A decisão foi assinada pelo desembargador José Arthur de Carvalho Pereira Filho, presidente do Órgão Especial do TJ-MG. Desde fevereiro do mesmo ano, Grilo estava afastada por determinação do CNJ, que também instaurou dois processos administrativos disciplinares contra ela.

Entre as postagens que motivaram o afastamento e os processos administrativos estão críticas a ministros do STF, decisões judiciais e a divulgação de um canal do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, atualmente foragido nos Estados Unidos.

O corregedor-nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, considerou as publicações “incompatíveis” com a função de juíza e destacou que Grilo agia com “total desleixo” ao não trabalhar presencialmente.

Grilo alegou que não trabalhava presencialmente devido a ameaças de morte, confirmadas pelo Gabinete de Segurança Institucional do TJ-MG, e negou que suas publicações tivessem teor político. Ela também é investigada por conduta incompatível nas redes sociais desde setembro de 2022, quando manifestou críticas ao inquérito das fake news do Supremo Tribunal Federal (STF) e compartilhou postagens atacando membros da Corte.

Fonte: Agenda do Poder com informações de O Globo.

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