Chiquinho e Domingos Brazão já tinham um relacionamento ruim com o Psol, que piorou após a CPI das Milícias, presidida pelo então deputado estadual Marcelo Freixo
A Polícia Federal
(PF) mapeou mais hipóteses para o assassinato de Marielle Franco, informa o
colunista Paulo Cappelli, do Metrópoles.
Além da disputa imobiliária em área dominada pela milícia, outros fatores
teriam feito a família Brazão supostamente encomendar a execução da vereadora.
De acordo com o relatório da PF, a animosidade de Chiquinho e Domingos Brazão
com membros do Psol remonta ao período em que estavam vinculados ao MDB.
Durante os anos em que o partido governou o Rio de Janeiro, enfrentou uma forte
oposição do Psol.
Um dos pontos de tensão foi a CPI das Milícias, presidida
pelo então deputado estadual do Psol, Marcelo Freixo, para investigar as
perigosas conexões entre o crime organizado e a política carioca. Essa
investigação revelou vínculos entre vereadores, deputados estaduais e grupos
paramilitares, incluindo a Comunidade de Rio das Pedras, associada aos Brazão.
A indicação de Domingos Brazão para o cargo de conselheiro do
Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) também gerou controvérsia. A oposição do
Psol argumentou contra sua nomeação, alegando que não foram respeitados os
procedimentos formais, e conseguiu suspender temporariamente a nomeação através
de uma liminar. Marielle Franco, então assessora de Marcelo Freixo, participou
ativamente da mobilização contra essas nomeações e contra o MDB. Acredita-se
que isso tenha contribuído para a decisão dos Brazão de eliminar Marielle,
visando intimidar Freixo.
A PF também destacou a atuação de Laerte Lima da Silva,
infiltrado no Psol pelo grupo dos Brazão, que teria fornecido informações
distorcidas sobre as atividades políticas de Marielle, superdimensionando suas
ações e influência. “Ronnie Lessa relatou que foi durante a primeira reunião
com os irmãos Brazão, por volta de setembro de 2017, ocasião em que restou
acertada a execução de Marielle Franco, que surgiram as primeiras falas sobre a
motivação do crime, que dão conta de que a vítima teria sido posta como um
obstáculo aos interesses dos irmãos, sendo certo que tal percepção decorreria
de informações oriundas de Laerte Lima da Silva. O colaborador [Lessa] narrou
que Domingos Brazão passou a ser mais específico sobre os obstáculos que a
vereadora [Marielle] poderia representar. São feitas referências a reuniões que
a vereadora teria mantido com lideranças comunitárias da região das Vargens, na
Zona Oeste Rio de Janeiro, para tratar de questões relativas a loteamentos de
milícia. Então, mencionou-se que, por conta de alguma animosidade, haveria um
interesse especial da vereadora em efetuar este combate nas áreas de influência
dos Brazão, dado que seria oriundo das ações de infiltração de Laerte”, apontou
o relatório da PF.
No último domingo, Chiquinho Brazão,
Domingos Brazão e Rivaldo Barbosa foram presos e posteriormente transferidos
para presídios federais após ação conjunta da PF, Secretaria de Estado de
Polícia Civil do Rio de Janeiro e Secretaria Nacional de Políticas Penais do
Ministério da Justiça e Segurança Pública. Os mandados foram expedidos pelo
ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles
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