Secretaria de Política Econômica (SPE) passou a ver alta de 3,50% do IPCA este ano, levemente abaixo da previsão de 3,55% do último boletim
Reuters - A
Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda deixou
inalterada em 2,2% sua projeção para o crescimento econômico do Brasil em 2024,
ao mesmo tempo em que passou a enxergar uma pressão de preços ligeiramente
menor neste ano, mostrou boletim divulgado nesta quinta-feira.
Além da estimativa oficial para a atividade neste ano,
antecipada pela Reuters na última semana, a pasta também informou que vê uma
elevação de 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025, mesmo patamar de seu
boletim macrofiscal anterior, divulgado em novembro do ano passado.
As projeções SPE seguem mais otimistas que as do mercado, que
aposta em uma alta do PIB de 1,8% neste ano e 2,0% em 2025, segundo o mais
recente boletim Focus do Banco Central. Em 2023, o PIB brasileiro cresceu 2,9%,
ajudado por uma safra recorde de grãos e forte resultado das indústrias
extrativas, com destaque para petróleo e minério de ferro.
De acordo com a SPE, apesar da manutenção de suas
previsões para a atividade, houve revisão nas estimativas de PIB por setor
produtivo, com arrefecimento da agropecuária contrabalanceado por avanços em
serviços e indústria.
“O setor (da indústria) deverá ser impulsionado pela recuperação
da produção manufatureira e da construção, com reflexo nos investimentos pela
ótica da demanda”, disse em nota, enfatizando que o crescimento de 2024 deve
ser “mais equilibrado” neste ano.
A pasta ainda espera uma alta de 2,5% do PIB de 2026 em
diante, enfatizando que para sustentar esse ritmo de expansão, “serão
fundamentais as medidas que vêm sendo promovidas pelo governo”, como a reforma
tributária, iniciativas microeconômicas e estímulos ao investimento.
A atualização oficial dos dados elaborados pela SPE serve como
base para que o governo revise a estimativa para a trajetória de suas receitas
e despesas e projete se deve cumprir as regras fiscais para o ano, já que o
desempenho da economia influencia a arrecadação de impostos.
O documento com os prognósticos fiscais será divulgado
pela equipe econômica na sexta-feira e, segundo informaram fontes do governo à
Reuters, deve ser apontada uma necessidade de bloqueio de 2,9 bilhões de reais
para compensar gastos maiores que o esperado, enquanto as receitas mostram boa
performance.
Em relação à inflação, a SPE passou a ver alta de 3,50% do IPCA
este ano, levemente abaixo da previsão de 3,55% do último boletim. Para o ano
que vem, a previsão para a alta dos preços foi calculada em 3,10%.
A meta do governo para a inflação é 3%, com margem de
tolerância de 1,5 ponto percentual.
“O impacto do El Niño sobre a inflação de
alimentos, etanol e nas tarifas de energia elétrica foi menos intenso do que o
inicialmente esperado”, disse a SPE, apontando também reajustes menores em
preços administrados.
Fonte: Brasil 247 com Reuters
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