quarta-feira, 6 de março de 2024

Governo Lula avalia conceder voucher a beneficiários do Bolsa Família para compra de carne bovina

 Proposta foi apresentada ao governo por pecuaristas do Mato Grosso do Sul: "isso geraria uma demanda por 2,35 milhões de cabeças de gado por ano"

Homem compra carne em um açougue de Santo André, São Paulo.Homem compra carne em um açougue de Santo André, São Paulo. (Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)

O governo Lula (PT) está considerando a criação de um voucher destinado a permitir que famílias em situação de vulnerabilidade econômica possam adquirir até dois quilos de carne bovina por mês. A proposta, denominada provisoriamente de "Programa Carne no Prato", foi apresentada ao ministro Paulo Teixeira, responsável pelo Desenvolvimento Agrário, por um grupo de pecuaristas do estado de Mato Grosso do Sul, segundo o Estado de S. Paulo.

A iniciativa beneficiaria até 19,5 milhões de pessoas, gerando uma demanda adicional de 2,3 milhões de cabeças de gado por ano. Guilherme Bumlai, filho do empresário José Carlos Bumlai e um dos proponentes da ideia, explica que o benefício funcionaria como um voucher, possibilitando que as famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) utilizem um cartão para adquirir carne bovina em estabelecimentos conveniados. Embora não haja um valor definido para o voucher, estima-se que inicialmente possa ser em torno de R$ 35, o que possibilitaria a compra de cerca de um quilo a um quilo e meio de carne. Bumlai destaca que o consumo de carne bovina no Brasil tem diminuído nos últimos anos, enquanto outras proteínas, como suínos e frango, têm ganhado mais espaço no mercado.

A proposta foi encaminhada para análise pela Casa Civil e pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS). Segundo o ministro Paulo Teixeira, é necessário avaliar cuidadosamente a viabilidade do programa, considerando sua implementação como uma política pública.

Apesar de a ideia ter sido bem recebida no Ministério do Desenvolvimento Agrário, há algumas incertezas quanto à restrição das opções de consumo apenas à carne bovina. A Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul destaca que o programa poderia impulsionar o setor pecuário, enfrentando os desafios recentes relacionados à queda nos preços do boi gordo.

Caso o programa seja implementado, estima-se que custaria cerca de R$ 8,8 bilhões por ano aos cofres públicos, considerando o alcance de aproximadamente 21 milhões de lares beneficiados pelo Bolsa Família em janeiro deste ano.

Fonte: Brasil 247

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