Ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes. Foto: Divulgação
Gilmar Mendes, o decano do Supremo Tribunal Federal, concedeu entrevista Isto É e nela foi questionado sobre a possibilidade de conceder-se anistia a Jair Bolsonaro, tal como sugerido pelo inelegível no ato de 25 de fevereiro, na Avenida Paulista. Confira a resposta:
Isto É: Na Av. Paulista, Bolsonaro falou em passar uma borracha no 8 de janeiro e pediu anistia aos que praticaram os atos de vandalismo. O sr. concorda com qualquer tipo de anistia a esses criminosos?
Gilmar Mendes: Considero que não há clima para anistia a Bolsonaro e seus aliados. Estamos em pleno processo de responsabilização dos autores. Do ponto de vista político, eu vejo que o ex-presidente está tentando dar uma resposta aos seus seguidores.
Estes, em relação a tudo o que ocorreu antes e depois dos atos de 8 de janeiro, foram abandonados, deixados ao léu. Isso depois de o ex-presidente ter estimulado acampamentos em frente a quartéis, o que deveria ser repudiado. Não cabe fazer manifestações em frente a quartéis, isso precisa ficar muito claro.
Também não cabe fazer manifestações ou reuniões em frente a hospitais, por razões diferentes. Desde novembro tivemos comitês e grupos, alguns paramilitares, na frente de quartéis usando até mesmo luz e água da União, pagos pelo contribuinte.
Faz sentido isso? Uma manifestação totalmente ilícita? É evidente que isso não faz o menor sentido. E ainda tivemos, no final, a fala o general Braga Netto, afirmando que as pessoas deveriam continuar acreditando… E depois o então presidente vai embora do Brasil, deixando as pessoas em qualquer lugar.
Certamente em algum momento, como agora, lhe ocorre uma espécie de estupro moral, do tipo: “Eu pelo menos tenho que defendê-los”. Imagino ser esse o contexto que ensejou a sua proposta de anistia para os aliados. Não faz sentido algum.
Fonte: DCM
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