Relato de Carlos Almeida Baptista Júnior reforça a participação de Almir Garnier Santos na trama golpista
O ex-comandante da
Aeronáutica Carlos Almeida Baptista Júnior, em depoimento à Polícia Federal,
falou sobre uma série de reuniões em que militares e Jair Bolsonaro (PL)
discutiram planos para impedir a posse do presidente Lula (PT). Segundo o
testemunho de Baptista Júnior, o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier
Santos, teria colocado suas tropas à disposição de Bolsonaro durante uma dessas
reuniões, de acordo com a Folha de S.Paulo.
"Que em uma das reuniões com os comandantes das
Forças após o segundo turno das eleições, dentro do contexto apresentado pelo
então presidente Jair Bolsonaro, de utilização dos institutos, de GLO e defesa,
o então comandante da Marinha, Almir Garnier, afirmou que colocaria suas tropas
à disposição de Jair Bolsonaro", diz um trecho do depoimento.
Essa afirmação ecoa as declarações feitas pelo ex-comandante do
Exército Marco Antônio Freire Gomes, que sugeriu à PF que Garnier teria
concordado com as ideias propostas nas minutas golpistas discutidas com
Bolsonaro. De acordo com Freire Gomes, em uma das reuniões em que estavam
presentes os três comandantes das Forças e o então ministro da Defesa, Paulo
Sérgio Nogueira, Garnier teria se colocado "à disposição" do então
mandatário durante a discussão de uma das versões da minuta golpista.
Os depoimentos destacam pelo menos três encontros entre
Bolsonaro e os comandantes militares, nos quais foram discutidas minutas
golpistas. Além disso, foi relatado um encontro no Ministério da Defesa no qual
foram debatidas hipóteses para impedir a posse de Lula. Nesse contexto, o
próprio ministro da Defesa apresentou uma minuta "mais abrangente",
que decretava o estado de defesa e instituía uma comissão de regularidade
eleitoral, segundo relatou Freire Gomes. O ex-comandante da Aeronáutica e
Baptista Júnior manifestaram-se contrários a tais medidas.
Almir Garnier Santos foi alvo de mandados de
busca e apreensão pela PF em fevereiro, com base na colaboração de Cid. Além
disso, foi proibido de sair do país e manter contato com outros investigados.
Fonte: Brasil 247 com informação da Folha de S. Paulo
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