Ex-comandantes das Forças Armadas já implicaram diretamente o ex-presidente na trama golpista
Encurralado pelas investigações em andamento, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acesso aos depoimentos dos ex-comandantes do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica, Carlos Baptista Júnior. Os depoimentos, colhidos pela Polícia Federal em fevereiro e março, estão ligados às investigações sobre uma alegada trama golpista contra a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A defesa de Bolsonaro busca uma "atualização dos autos", requerendo a inclusão dos termos das últimas oitivas, incluindo as declarações dos ex-comandantes, segundo reportagem do Globo.
O avanço das investigações expõe militares ligados ao governo Bolsonaro envolvidos na tentativa de golpe de Estado. Ex-comandantes das Forças Armadas já implicaram diretamente o ex-presidente na trama golpista investigada pela Polícia Federal. Outros militares estão sob investigação ou são testemunhas do caso. Em depoimento à Polícia Federal, o ex-comandante do Exército afirmou ter se oposto aos planos golpistas de Bolsonaro. Ele revelou que o ex-presidente e Nogueira apresentaram duas versões da minuta do golpe, ressaltando que deveriam ser implementadas.
Bolsonaro teria, segundo relatos, convocado reservadamente o general Estevam Theophilo, comandante do Comando de Operações Terrestres (Coter), com o objetivo de demonstrar determinação em relação ao que estava planejado. No entanto, Theophilo afirmou ter comparecido à reunião a pedido de Freire Gomes, negando que a ordem tenha partido dele. O general também declarou ter se manifestado contra qualquer ação que impedisse a posse de Lula, tanto diante de Bolsonaro quanto em discussões reservadas com outros generais. As revelações destacam a tensão e complexidade das relações entre o governo Bolsonaro e as Forças Armadas, em um momento crucial para a política brasileira.
Fonte: Brasil 247 com reportagem da Globo
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