Cid voltará a ser questionado após o ex-comandante do Exército Freire Gomes ter afirmado que Bolsonaro convocou reunião para discutir uma proposta golpista, incluindo uma minuta para reverter a eleição de Lula
O tenente-coronel Mauro Cid presta novo depoimento à Polícia Federal nesta segunda-feira (11) sobre a suposta tentativa de golpe de Estado para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder. Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, firmou um acordo de delação premiada, sujeito a cancelamento se mentiras ou omissões forem comprovadas.
O depoimento ocorre após o general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, depor por quase oito horas. Gomes teria revelado informações valiosas sobre o suposto plano golpista, consideradas mais significativas do que uma delação, segundo um ministro da Suprema Corte.
Gomes afirmou que Bolsonaro convocou uma reunião para discutir uma proposta golpista, incluindo uma minuta para reverter a eleição de Lula. Ele também apontou o ex-presidente como responsável pelos acampamentos golpistas em Brasília. Além disso, aliados de Bolsonaro teriam tentado persuadir Gomes a aderir ao golpe e colocar as tropas do Exército nas ruas.
Segundo as investigações, o ex-ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, chegou a chamar Gomes de “cagão” em mensagens, evidenciando uma campanha contra oficiais contrários ao golpe.
Mauro Cid pode ser questionado sobre a atuação do coronel Bernardo Romão Correa Neto, recentemente libertado por decisão do Supremo Tribunal Federal. A PF alega que o coronel integrava um grupo que selecionava alvos para ataques pessoais contra militares.
A defesa de Bolsonaro nega qualquer participação em crimes, contestará a delação sem aval do Ministério Público e busca acesso aos depoimentos de Gomes e do ex-comandante da Aeronáutica, Carlos Baptista Júnior.
Fonte: Agenda do Poder com informações do UOL
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