Terão prioridade municípios que
decretaram situação de emergência
Por Paula Laboissière, repórter da Agência Brasil - O Ministério da Saúde vai redistribuir as doses da vacina contra
a dengue enviadas a 521 municípios selecionados pela pasta e que ainda não
foram utilizadas. De acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, terão
prioridade nesse processo municípios que decretaram situação de emergência em
razão da doença.
“Vamos fazer a redistribuição das doses que não foram
aplicadas e que estão nos municípios. Vamos fazer um rankeamento dos municípios
que estão em situação de emergência por dengue”, disse. “Isso não vai ser
detalhado hoje. Está em processo, tem que ser feito de forma muito cuidadosa”,
completou.
Nísia ressaltou que a pasta poderia utilizar diversos critérios
no momento de redistribuir as doses contra a dengue, entre eles aumentar a
faixa etária a ser imunizada na rede pública, atualmente definida entre 10 e 14
anos. “O critério adotado, pela questão de saúde pública que nós vivemos, é
ampliar para municípios”, explicou.
“A vacina é um instrumento importantíssimo a médio e longo
prazo. Ela não é a solução para essa epidemia. Ainda mais uma vacina que é
aplicada em duas doses com intervalo de três meses”, destacou.
Qdenga - Em
entrevista, a ministra disse que a pasta segue negociando com a farmacêutica
Takeda, fabricante da Qdenga, a possibilidade de produção da vacina no Brasil.
O plano do governo é utilizar a planta da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que
já é responsável pelas produção de doses contra a febre amarela aplicadas no
país.
“Continuamos no processo, ainda não finalizado, com a
Fiocruz. Já antecipamos que haverá a possibilidade de uma produção nacional,
mas só vamos fazer o anúncio completo, com segurança, com todos os dados e o
cronograma porque senão a gente coloca uma coisa no ar.”
“Está em processo, mas ainda não temos a definição precisa de
quantas doses poderão ser produzidas. Há várias questões técnicas que não vou
entrar aqui e que também demandarão uma análise na própria Anvisa [Agência
Nacional de Vigilância Sanitária]. Não é automático.”
Vacina do Butantan
- Segundo Nísia, o ministério acompanha
de perto os avanços da vacina contra a dengue desenvolvida pelo Instituto
Butantan. “Temos apoiado o Instituto Butantan no desenvolvimento da vacina, que
já alcançou, segundo publicações, bons resultados na fase 3 de sua pesquisa
clínica”, disse. “Toda essa documentação caberá ao Instituto Butantan - não é
um papel do Ministério da Saúde - encaminhar à Anvisa”, acrescentou.
“Ainda não foi anunciado um cronograma
formal pelo instituto, mas estamos trabalhando muito juntos. Estarei em São
Paulo, inclusive, na próxima semana, com o diretor do Instituto Butantan. Vamos
ter a oportunidade de atualizar isso e ver se há algo mais, além do que temos
feito, que o ministério possa fazer no sentido de acelerar esse processo. Essa
é a nossa disposição por causa da expectativa de ter a vacina como, de fato, o
que ela é: um instrumento importantíssimo. Não o único, mas muito importante para
esse enfrentamento.”
Fonte: Brasil 247
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