A divulgação dos preços dos novos pedágios no Paraná, cujas
cobranças serão retomadas nos próximos dias, virou assunto na Assembleia
Legislativa do Paraná (Alep) nesta quarta-feira (13 de março). E tanto entre
deputados da base como entre aqueles da oposição, houve reclamação com relação
aos valores a serem praticados.
Luiz Claudio
Romanelli (PSD), por exemplo, destacou que os valores que serão cobrados a
partir de agora estão muito próximos daqueles que já eram praticados no fim da
antiga concessão, em novembro de 2021. Já o líder da oposição, Requião Filho
(PT), também chamou a atenção para os valores do novo modelo de pedágio –
segundo ele, criado no Governo Bolsonaro, com apoio do Governador Ratinho
Júnior, e assinado sem questionamentos pelo Governo Lula.
“Os
custos do pedágio continuarão em patamares elevados, com preços parecidos com
os da antiga concessão, com poucas exceções”, avaliou Romanelli, citando que
algumas tarifas divulgadas ficaram acima das projeções calculadas por sua
assessoria técnica. “A ANTT deliberou por uma correção de 15,75% sobre o preço
que foi à leilão, cuja referência era outubro de 2021”, apontou.
Requião
Filho, por sua vez, também lamentou a tabela anunciada. E é só o início! Não
tem tarifa mais barata. Aconteceu exatamente o que nós havíamos alertado. Nem
começou e já tem correção de preço em cima da tarifa. É uma cópia do pedágio
antigo, sem garantia de obras e que vai gerar problemas para a economia
paranaense. O Paraná, nas próximas três décadas, vai sofrer com esse pedágio e
não foi por falta de aviso”, declarou.
Impacto do
novo pedágio sobre o transporte
Uma
das preocupações já manifestadas pelo parlamentar governista é o impacto do
novo pedágio sobre o transporte. “A questão do transporte é complexa, porque
onera a economia como um todo. O setor de cargas sofrerá um impacto
significativo nesta nova concessão, pois agora não haverá aquele desconto
automático para eixos comerciais, que chegava a 15%. Agora, vale a tarifa cheia
para os caminhões”, explicou.
Romanelli
exemplifica a situação ao comparar o pedágio anterior na descida da Serra do
Mar, para um caminhão de seis eixos, e a nova tarifa que será cobrada. “Antes
esse caminhão de seis eixos pagava R$ 117,00 e agora vai pagar R$ 135,60. São
valores retirados de tabelas oficiais”, destacou. Ele também citou que em São
Luiz do Purunã, um veículo de seis eixos pagava R$ 53,40 e passará para R$
52,20, uma diferença a menor de 2,3%.
Patamar das
tarifas reflete a modelagem construída
Ainda
segundo Romanelli, o patamar das tarifas reflete a modelagem que foi
construída, que exige investimentos significativos na modernização dos
principais trechos do sistema rodoviário paranaense. “Agora o Paraná tem um
contrato de concessão mais moderno, com obrigações objetivas e muito mais
controle sobre as concessionárias. A expectativa é que o contrato seja
efetivamente executado”, disse.
O
deputado também pontuou a condição ruim das rodovias e a decisão de início da
cobrança do pedágio antes da recuperação completa dos trechos. “Sempre foi
anunciado pelos órgãos envolvidos que antes do início da cobrança do pedágio
haveria uma completa recuperação da via, inclusive com nova sinalização. Isso
não vai acontecer e as melhorias devem ser feitas ao longo do ano”.
Fonte: Bem
Paraná
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