Militares alegam que Nogueira ocupava um cargo de “natureza política”, o que o deixaria"mais suscetível" às pressões do então mandatário
A atual cúpula das Forças Armadas tem atuado para blindar o general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa e ex-comandante do Exército, das investigações sobre um suposto plano de golpe de Estado que teria sido urdido por jair Bolsonaro (PL), militares assessores e ministros que integraram o seu governo.
“Por outro lado, o Alto Comando tem reforçado as críticas a ex-ministros da ala militar de Jair Bolsonaro, como os generais Walter Braga Netto e Augusto Heleno”, diz a jornalista Bela Megale em sua coluna no jornal O Globo.
De acordo com a reportagem, os militares alegam que Nogueira ocupava um cargo de “natureza política”, o que o deixaria"mais suscetível" às pressões do então mandatário, tanto antes quanto depois da eleição presidencial de 2022. Segundo integrantes do Alto Comando a decisão de Nogueira, de deixar o Exército para assumir o Ministério da Defesa, teria sido uma “troca ruim” para o general.
Nesta linha, o general Freire Gomes, que também comandou o Exército no governo Bolsonaro, implicou diretamente o ex-mandatário e o general Paulo Sérgio na trama golpista durante o seu depoimento à Polícia Federal.
A imagem de Nogueira junto a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) também é vista com ressalvas, com avaliações negativas sobre sua postura caso estivesse à frente do Exército durante a derrota de Bolsonaro nas eleições.
Enquanto Nogueira encontra amparo entre alguns setores das Forças Armadas, a situação é diferente para outros ministros militares que acompanharam Bolsonaro desde o início de seu governo, como Walter Braga Netto e Augusto Heleno. A atual cúpula militar avalia que eles foram excessivamente subservientes a Bolsonaro.
“O general mais abandonado é Braga Netto, especialmente pelos ataques que orientou contra colegas de caserna e suas famílias. O militar, no entanto, tem feito um mea-culpa sobre as críticas que vieram à tona, por meio das investigações da PF, e diz se arrepender de ter ‘agido com o fígado’, destaca a reportagem.
Fonte: Brasil 247 com informações da coluna da jornalista Bela Megale, do jornal O Globo
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