Miklós Halmai, embaixador húngaro, e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: reprodução
Após a Polícia Federal realizar um mandado de busca na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em 8 de fevereiro, e confiscar seu passaporte sob acusações de conspiração golpista após sua derrota nas eleições presidenciais de 2022, ele optou por se esconder na embaixada da Hungria, em Brasília, entre os dias 12 e 14 de fevereiro, quatro dias após a operação.
As imagens mostram uma rotina discreta: Bolsonaro e seus seguranças se hospedaram em uma área residencial da embaixada, enquanto a equipe do serviço húngaro fornecia serviços básicos, como água e café. A atividade foi limitada, com poucas interações ou movimentos notáveis.
Obtidas pelo The New York Times, as gravações revelam que o ex-presidente chegou na noite de segunda-feira, dia 12, acompanhado por dois seguranças. O embaixador húngaro, Miklós Halmai, recebeu o grupo e os levou para dentro do endereço. Durante os dois dias seguintes, Bolsonaro permaneceu no local sem ser visto na maior parte do tempo.
No dia 14 de fevereiro, o ex-presidente e sua equipe deixaram a embaixada no final da tarde. Halmai os acompanhou até a saída, despedindo-se cordialmente enquanto o carro se afastava.
A Operação Tempus Veritatis contou com a execução de 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão. Estas incluem proibição de contato com os demais investigados, restrição de saída do país com entrega de passaportes em 24 horas, e suspensão do exercício de funções públicas.
A operação mirou em diversas personalidades do clã bolsonarista, incluindo Braga Netto, Augusto Heleno, os ex-ministros da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e Anderson Torres, assim como outros aliados militares ou políticos próximos ao ex-presidente.
Na ocasião, a PF prendeu dois ex-assessores de Bolsonaro. Um dos presos foi Filipe Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência. Segundo fontes da PF, Martins foi detido em Ponta Grossa (PR). O outro ex-assessor preso foi o coronel Marcelo Câmara, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e atual segurança do ex-presidente contratado pelo PL. O militar foi detido em Brasília.
Já Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal, era alvo apenas de busca e apreensão, mas os investigadores encontraram uma pepita de ouro cuja origem era de garimpo ilegal, motivo que o fez ser preso na data.
Os policiais federais cumpriram as medidas judiciais, emitidas pelo Supremo Tribunal Federal, em estados como Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal. Entre os principais elementos encontrados na Operação estavam uma minuta golpista e o discurso que Bolsonaro leria no ato do golpe de Estado.
Fonte: DCM com informações do New York Times
Nenhum comentário:
Postar um comentário