sexta-feira, 1 de março de 2024

Com medo de Moraes, aliados de Bolsonaro já deixam malas prontas para prisão


Jair Bolsonaro e Alexandre de Moraes

A Operação Tempus Veritatis, que desvendou uma trama golpista enraizada no governo de Jair Bolsonaro (PL) está em pleno curso, revelando detalhes que apontam para uma investigação em expansão.

Mais de 20 indivíduos já foram alvo de depoimentos à Polícia Federal, e, segundo a jornalista Malu Gaspar, do jornal O Globo, a expectativa é de que novas fases da apuração venham à tona, fazendo com que os alvos da PF sejam mais cautelosos na relação com o ministro Alexandre de Moraes, Supremo Tribunal Federal (STF).

A investigação já gerou tensão entre os envolvidos, com alguns chegando para prestar depoimento já com malas prontas, preparados para uma eventual ordem de prisão. “Não começou a investigação de fato, e muitos acham que serão detidos”, comentou um dos advogados envolvidos no caso.

Nesta sexta-feira (1°), o ex-comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, torna-se o último dos ex-chefes das Forças Armadas a ser ouvido pela PF, após a revelação da operação que expôs evidências as tentativas de golpe de Estado envolvendo Bolsonaro, ex-ministros e oficiais militares.

Prevê-se uma segunda fase da operação, com mais medidas de busca e apreensão, após a análise do material coletado na primeira etapa. Os investigados, apesar das queixas sobre o acesso limitado às provas, evitam confrontos desnecessários com Moraes, relator do caso.

Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil. Foto: reprodução

Moraes negou um pedido de adiamento do depoimento de Bolsonaro, ressaltando que a defesa teve acesso integral às provas documentadas até o momento, excluindo apenas informações sobre diligências em andamento e a delação de Mauro Cid, que embasou a operação.

“Se o Alexandre de Moraes já negou tudo pro Bolsonaro, por que eu, que sou menor numa escala de importância, vou tentar a mesma estratégia? Esse momento não é de fazer embate nem ir pro confronto com o ministro”, avaliou o advogado ouvido em sigilo pela jornalista do Globo.

A falta de acesso à delação de Mauro Cid e aos resultados das buscas dificulta a construção das defesas, com receio de que versões apresentadas possam ser desmentidas por evidências reveladas posteriormente.

A garantia de acesso a informações sigilosas das investigações tem sido discutida no Congresso, como parte da PEC da Blindagem, em resposta a medidas adotadas pelo STF.

Fonte: DCM

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