quinta-feira, 21 de março de 2024

CGU: reportagem do Estadão acusando governo Lula de impor sigilo de 100 anos sobre questões sensíveis é falsa

 

O órgão reafirmou o compromisso do governo Lula com a transparência

Controladoria-Geral da União (CGU)
Controladoria-Geral da União (CGU) (Foto: Reprodução/Controladoria-Geral da União)


A Controladoria-Geral da União (CGU) divulgou nesta quinta-feira (21) uma nota rebatendo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo acusando o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de impor um sigilo de 100 anos sobre uma série de documentos solicitados.

O periódico paulistano disse que seu levantamento considerou todos os pedidos negados cujo motivo da decisão foi “dados pessoais”. 1.339 pedidos de informações teriam sido negados sob a justificativa.

Segundo a CGU, "o jornal, erroneamente e sem se aprofundar nos casos, assume que as decisões do governo impedem o acesso à informação quando, na verdade, trata-se exatamente do contrário". 

"O processo de aposentadoria do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasquez, foi liberado em 11 de abril de 2023 com o devido tarjamento de dados pessoais. O caso mais emblemático é o do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid. A ficha de Cid, além do seu histórico completo de punições e sanções disciplinares, foram liberados em fevereiro de 2024. A CGU reverteu a negativa inicial e o exército já cumpriu a decisão. As informações estão públicas.

Cabe lembrar, inclusive, que foi um pedido de LAI que desencadeou, na atual gestão federal, os fatos que levaram ao indiciamento do ex-presidente esta semana. A partir do pedido de acesso ao cartão de vacina, revelou-se a fraude que levou à delação de Mauro Cid.

Importante ressalvar que a decisão do governo sobre abertura de dados ou não pode tramitar por até quatro instâncias. A CGU recebe os recursos em terceira instância e há ainda a possibilidade de decisão final da Comissão Mista de Reavaliação de Informações (CMRI). Afirmar que uma posição sobre o acesso a uma informação é uma posição oficial do governo só é possível quando essas instâncias estão esgotadas.

Fora isso, vincular o número de 1.339 negativas por dados pessoais em 2023 com sigilo de cem anos está errado. As negativas são, preponderantemente, casos em que o tratamento das informações pessoais envolveria a necessidade de trabalho adicional e excessivo para a disponibilização da informação. Além disso, a reportagem omite que, em comparação a 2022, houve queda de 15,70% nas negativas com base em informações pessoais no ano passado.

O governo Lula, em seu compromisso com a transparência, tem se esforçado para facilitar esse tratamento e a disponibilização de informações. Por isso, a CGU está desenvolvendo uma ferramenta de inteligência artificial que será distribuída a todos os órgãos aplicadores da LAI e que possibilita o tarjamento automático das informações pessoais que devam ser protegidas nos documentos, eliminando a possibilidade de que se alegue proteção a dados pessoais como motivo para tarjar integralmente documentos", complementa o órgão em nota. 

Fonte: Brasil 247 

 

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