Com apenas dez hospitais operando com capacidade mínima em Gaza, milhares de pacientes continuam privados de cuidados de saúde”, alertou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom
RFI - Cerca
de 9 mil pacientes da Faixa de Gaza devem ser retirados com urgência para
tratamento, restando ao território palestino atualmente apenas dez hospitais,
em que todos funcionam em condições mínimas, exigiu neste sábado (30) o chefe
da Organização Mundial da Saúde.
“Com apenas dez hospitais operando com capacidade mínima
em Gaza, milhares de pacientes continuam privados de cuidados de saúde”,
alertou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na rede social X.
Antes da guerra, Gaza tinha 36 hospitais, de acordo com dados da entidade.
“Cerca de 9 mil pacientes precisam de ser removidos urgentemente
para o estrangeiro para serviços de saúde vitais, incluindo tratamento de
câncer, ferimentos causados por bombardeamentos, diálise renal e outras doenças crônicas”, disse ele. O número representa mil pacientes a mais
do que no último
censo da OMS, no início
de março.
Desde 7 de outubro e o ataque sem precedentes do Hamas ao
território israelense, Israel prometeu eliminar o movimento islâmico e tem
levado a cabo bombardeamentos incansáveis em território palestino, que danificaram grande
parte da estrutura sanitária.
Além disso, há semanas combates violentos ocorrem no território,
por vezes dentro ou próximos de hospitais em Gaza, que, ao mesmo tempo que
prestam cuidados, também servem de abrigo para milhares de habitantes de Gaza
que perderam suas casas ou fogem dos combates.
Bloqueio quase total
- O território está sujeito a um
bloqueio quase total, e organizações como a ONU acusam Israel de não facilitar
suficientemente a chegada da ajuda humanitária de que depende a maior parte dos
cerca de 2,4 milhões de habitantes que ainda vivem em Gaza e estão concentrados
principalmente no sul, dentro e ao redor da cidade de Rafah.
O Ministério da Saúde do Hamas anunciou neste sábado um novo
número de 32.705 pessoas mortas na Faixa de Gaza desde o início da guerra e
75.190 feridas. As vítimas são principalmente mulheres e crianças, afirma o
Hamas.
“Cada momento conta”
- Dr. Tedros acrescentou que, até
agora, “mais de 3,4 mil pacientes foram encaminhados ao exterior via Rafah,
incluindo 2.198 feridos e 1.215 doentes”. "Mas muitos mais precisam ser
retirados. Instamos Israel a agilizar as aprovações para remoções, para que os
pacientes críticos possam ser tratados. Cada momento conta", pediu ele.
Antes do início da guerra, em 7 de
outubro, de 50 a cem pacientes eram transferidos por dia de Gaza para Jerusalém
Oriental e para a Cisjordânia. Metade deles estava em tratamento de câncer.
Fonte: Brasil 247 com RFI
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