O gasoduto Bolívia-Brasil pode ser estendido até a Argentina para ampliar a oferta de gás nos próximos anos. Negociações são conduzidas pelo Ministério de Minas e Energia
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O
vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços,
Geraldo Alckmin, disse nesta sexta-feira que o Brasil pode fechar um acordo com
a Argentina para comprar gás mais barato do país vizinho, acrescentando que o
gás da Petrobras é caro.
Segundo Alckmin, o gasoduto Bolívia-Brasil poderia ser
estendido até a Argentina para ampliar a oferta de gás nos próximos anos. As
negociações estão em cursos e são conduzidas pelo Ministério de Minas e
Energia, acrescentou. "Podemos usar o mesmo gasoduto Argentina, Bolívia,
Brasil" para aumentar a oferta de gás no país, disse Alckmin em evento do
Senac Rio de Janeiro.
"Claro que a Bolívia quer que pague um ´plus´ para ela...
mas vamos poder ter uma grande oportunidade nessa questão do gás natural“,
acrescentou.
A declaração ocorre um dia após o ministro de Minas e
Energia, Alexandre Silveira, ter dito em entrevista à Reuters que o Brasil está
avaliando opções para importar gás natural da enorme formação argentina de Vaca
Muerta, enquanto busca aliviar seu déficit do insumo.
“Nós trazemos gás da Bolívia e agora vai ter Vaca Muerta que é
importante. Você pode vir por Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, ou utilizar o
próprio Gasbol; são as duas alternativas que tem aí e quem está conduzindo é o
ministro de Minas e Energia, mas o gás é fundamental“, afirmou Alckmin.
Além da importação, a previsão de Alckmin é que nos
próximos seis a sete anos, com a entrada em operação da chamada Rota 3, no Rio
de Janeiro, que vai escoar o gás do pré-sal, e a entrada em operação de novos
campos de gás, o Brasil possa dobrar a sua oferta do insumo.
Alckmin destacou que o gás será essencial para o Brasil fazer a
descarbonização da economia nacional e uma boa transição energética. Ele
destacou que além da baixa oferta de gás, o Brasil enfrenta também o problema
dos preço elevados do insumo.
Alckmin destacou que o governo tem conversas permanentes
com a Petrobras sobre o custo do gás no país e como fazer para barateá-lo.
"Podemos fazer um entendimento com a Argentina. O nosso gás não é barato e
essa é uma luta que a gente faz com a Petrobras 24 horas por dia. Até está
reduzindo, mas lentamente”, afirmou o vice-presidente.
“Uma coisa é ir até 300 quilômetros da costa e a mais de 5
mil metros de profundidade no pré-sal (caso da Petrobras) e outra coisa é o
fracking, como é nos Estados Unidos... Vaca Muerta na Argentina também, e, é
óbvio que fica mais barato.”
Fonte: Brasil 247
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