Um dos eixos econômicos do governo Luiz Inácio Lula da Silva prevê a recuperação da base fiscal da União
(Reuters) - Aumentos de
impostos promovidos no ano passado deram a principal contribuição para que a
inflação ficasse acima da meta em 2023, apontou nesta quinta-feira o Banco
Central, em seu Relatório Trimestral de Inflação.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)
fechou o ano passado em 4,62%, 1,37 ponto percentual acima da meta de 3,25%,
mas dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.
No relatório, o BC decompôs os principais fatores que
influenciaram a alta de preços e concluiu que medidas tributárias,
principalmente a reoneração dos impostos federais e o aumento do ICMS
(estadual) sobre combustíveis, foram os fatores que apresentaram a principal
contribuição para o desvio da inflação em relação à meta, de 1,26 ponto
percentual.
Um dos eixos econômicos do governo Luiz Inácio Lula da
Silva prevê a recuperação da base fiscal da União, o que inclui recomposição da
coleta de tributos e a criação de novas cobranças no que a atual gestão trata
como correção de distorções, como taxações sobre contribuintes de alta renda.
Governos estaduais também têm reajustado alíquotas de tributos,
que haviam sido cortadas por conta de medidas articuladas durante a gestão do
ex-presidente Jair Bolsonaro, com governadores alegando riscos à saúde
financeira dos entes.
Apesar da constatação apresentada pela autoridade
monetária, membros da diretoria do BC elogiaram ao longo do ano passado o
esforço do governo para recompor a base de arrecadação e estabilizar a
trajetória do endividamento público.
De acordo com o BC, também contribuíram para a alta da inflação
em 2023, em menor magnitude, as expectativas para a evolução dos preços à
frente (+0,69 ponto percentual) e a inércia da inflação do ano anterior (+0,61
ponto percentual).
Em sentido contrário, a chamada inflação importada, que
inclui preços de commodities e variação cambial, contribuiu para uma redução de
preços (-0,91 ponto). Também houve influência da ociosidade da economia (-0,37
ponto).
Fonte: Brasil 247
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