segunda-feira, 25 de março de 2024

Arlindo Chinaglia pede à Comissão de Relações Exteriores da Câmara a convocação de Bolsonaro

 

O parlamentar pediu também que o embaixador da Hungria no Brasil, Miklós, preste esclarecimento sobre a hospedagem do ex-mandatário


Arlindo Chinaglia
Arlindo Chinaglia (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

 O deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP) protocolou nesta segunda-feira (25) dois requerimentos na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional. Um deles pediu um convite para que Jair Bolsonaro (PL) seja convidado a comparecer ao colegiado a fim de dar explicações sobre seu refúgio provisório na Embaixada da Hungria em Brasília (DF).

O parlamentar pediu também que o embaixador da Hungria no Brasil, Miklós Halmai, seja convidado a comparecer à comissão, para uma mesa redonda, com o objetivo de prestar esclarecimento sobre o ex-mandatário, alvo de investigação no inquérito da trama golpista. 

A hospedagem de Bolsonaro na embaixada foi revelada nesta segunda-feira (25), pelo jornal norte-americano The New York Times. A matéria do jornal dos Estados Unidos sugere que Bolsonaro, alvo de investigações criminais, tentou fugir da justiça já que o ex-presidente não pode ser preso em uma embaixada estrangeira que o acolheu, porque está legalmente fora do alcance das autoridades nacionais.

O The New York Times teve acesso a imagens da câmera de segurança da embaixada, que mostram que o ex-presidente permaneceu dois dias no local, acompanhado por seguranças e funcionários do escritório diplomático. O embaixador Miklós Halmai também aparece acompanhando o presidente no local.

A publicação analisou as imagens das câmeras de segurança do local e imagens de satélite, que mostram que Bolsonaro chegou no dia 12 de fevereiro à tarde e saiu na tarde do dia 14 de fevereiro.

A defesa do ex-presidente da República confirmou que ele passou dois dias hospedado na embaixada da Hungria em Brasília “para manter contatos com autoridades do país amigo”. Em nota, os advogados de Bolsonaro dizem que ele mantém um bom relacionamento com o premier húngaro, com quem se encontrou recentemente na posse do presidente Javier Milei, em Buenos Aires.

“Nos dias em que esteve hospedado na embaixada magiar [húngara], a convite, o ex-presidente brasileiro conversou com inúmeras autoridades do país amigo atualizando os cenários políticos das duas nações. Quaisquer outras interpretações que extrapolem as informações aqui repassadas se constituem em evidente obra ficcional, sem relação com a realidade dos fatos e são, na prática, mais um rol de fake news”, diz a defesa de Bolsonaro.

O passaporte de Bolsonaro foi apreendido pela Polícia Federal durante a Operação Tempus Veritatis, deflagrada pela PF no dia 8 de fevereiro, por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

A operação foi deflagrada após o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, ter fechado acordo de colaboração premiada com investigadores da PF.

Com informações da Agência Brasil

 

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