segunda-feira, 4 de março de 2024

Argentina: miséria cresce com taxa de pobreza em quase 60%, e falta comida em restaurantes populares

 Cerca de 27 milhões de argentinos, de um total de 44 milhões de habitantes, são pobres

Presidente da Argentina, Javier MileiPresidente da Argentina, Javier Milei (Foto: REUTERS/Agustin Marcarian)

Entre dezembro e janeiro, de acordo com dados do Observatório da Dívida Social da Universidade Católica Argentina (UCA), a taxa de pobreza passou de 49,5% para 57,4%, atingindo seu patamar mais elevado desde 2004, como é o caso de uma argentina de 33 anos que relatou ao jornal O Globo que passou a recorrer a restaurantes populares. “Envergonhada por uma situação que disse jamais ter imaginado que enfrentaria, pediu para não ser fotografada”, relata a reportagem de Janaína Figueiredo.

Segundo os cálculos da UCA, cerca de 27 milhões de argentinos, de um total de 44 milhões de habitantes, são pobres. A disparada está relacionada a vários elementos, entre eles reajustes salariais e de programas sociais abaixo da inflação, liberação geral de preços e ausência de medidas pontuais para proteger os setores mais vulneráveis.

ONGs locais explicam, sob condição de anonimato, que o governo decidiu rever a lista de refeitórios beneficiados pela ajuda estatal. Os que a Casa Rosada considera politizados ou vinculados a setores opositores enfrentam dificuldades. O pano de fundo é a disputa de Milei com movimentos sociais críticos a seu governo, dos quais o presidente quer retirar todo o poder de administração de programas de ajuda. Todo o sistema que vigorou por mais de 20 anos está sendo revisado pelo Ministério do Capital Humano e pelo Ministério da Economia, um processo que, na prática, reduziu de forma expressiva a comida enviada aos restaurantes.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

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