sábado, 10 de fevereiro de 2024

VÍDEO: ‘Vou descer da rampa preso’, disse Bolsonaro em reunião com plano de golpe de Estado

 

Reunião de Bolsonaro com ministros sobre tentativa de golpe. Foto: Reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro temia ser preso por cometer atos antidemocráticos. Foi o que ele disse durante a vídeo da reunião realizada no Palácio do Planalto em 5 de julho de 2022 sobre as consequências legais em caso de derrota nas eleições. No encontro com ministros, o político discutia formas de evitar a chegada de Lula ao poder.

“Eu não tenho dúvida do que está acontecendo. Não tenho prova de muita coisa, mas não tenho dúvida. (…) Eu tenho que me virar acreditando que vai dar tudo certo ano que vem? Eu vou descer daqui da rampa preso por atos antidemocráticos”, disse Bolsonaro.

Em concordância, o ministro da Justiça, Anderson Torres, mencionou que todos “iriam se foder” em caso de vitória de Luiz Inácio Lula da Silva. O encontro também foi marcado pelo receio de que as imagens fossem divulgadas, o que acabou ocorrendo posteriormente por decisão do ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta (9).

Em um momento da reunião, o general Augusto Heleno mencionou ter falado com um diretor da Agência Brasileira de Investigação (Abin) sobre a possibilidade de infiltrar espiões nas apurações do TSE. O ex-presidente, no entanto, pediu que o militar falasse com ele sobre o assunto em particular.

“Tem muitos aqui que eu não sei nem se têm estrutura pra ouvir o que a gente está falando aqui. Com todo o respeito a todos. Mas eu queria começar por uma frase que o presidente colocou aqui, que eu acho muito verdadeira(..). Senhores, todos vamos se foder! (sic). Eu quero deixar bem claro isso. Eu quero que cada um pense no que pode fazer previamente porque todos vamos se foder (sic). Não tenho dúvida disso”, acrescentou Torres.

O então ministro da Justiça descreveu um medo “velado” entre os presentes diante do que considerou uma ameaça, ressaltando a gravidade da situação. Ele ainda lembrou sobre o caso da ex-presidente interina da Bolívia Jeanine Áñez, que posteriormente foi presa sob a acusação de participar de um golpe.

No decorrer da reunião, Wagner Rosário, ex-ministro-chefe da Controladoria-Geral da União, levantou a questão sobre a gravação da reunião. Em seguida, o ex-ministro da Casa Civil Walter Braga Netto negou e o Bolsonaro confirmou que nada dali discutido seria gravado. 

Confira o vídeo:


Fonte: DCM

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