quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Transparência Internacional recebeu US$ 3 milhões da Siemens após corrupção

 A política da ONG, no entanto, proíbe doações de empresas envolvidas em corrupção

Siemens (multinacional da Alemanha) e a marca da ONG estrangeira Transparência Internacional (Foto: Reuters I Reprodução )

A Transparência Internacional (TI), sob investigação autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli, recebeu US$ 3 milhões da Siemens desde 2015, apesar de a ONG estrangeira proibir doações de empresas envolvidas em corrupção. A multinacional alemã se envolveu em pagamento de propina a servidores públicos em seis países - Itália, Israel, Rússia, China, Noruega e Grécia. A Siemens acertou compensações que totalizaram US$ 1,6 bilhão nos EUA e na Alemanha. 

Segundo informações publicadas nesta quinta-feira (8) pela coluna Painel, a Organização Não Governamental afirmou que as doações da Siemens foram feitas pela Siemens Integrity Initiative, divisão estabelecida como parte do compromisso global da empresa em abordar questões de corrupção e promover práticas comerciais éticas. "Esta iniciativa lançou um convite aberto e competitivo para propostas de subvenções de organizações da sociedade civil e a Transparency International foi selecionada com base no mérito da nossa proposta de projeto global".

Uma das linhas de investigação da Polícia Federal (PF) deve ser a relação entre a Transparência Internacional e a Operação Lava Jato, que tinha o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e o ex-deputado federal cassado Deltan Dallagnol (Novo-PR) como juiz e procurador, respectivamente. Investigadores apuram interferência ilegal da ONG no sistema jurídico brasileiro.

De acordo com informações publicadas pelo Consultor Jurídico, a ONG estrangeira "tentou ser sócia dos lavajatistas no desvio e apropriação de fundos totalizando R$ 4,8 bilhões oriundos de acordos de leniência firmados com a Petrobrás e a JBS".

A partir de 2019 começaram a ser publicadas na imprensa as conversas entre Moro, Dallagnol e procuradores do Ministério Público Federal no Paraná (MPF-PR), onde são julgados os processos de primeira instância da Lava Jato. Um dos diálogos mostrou que, segundo o então procurador Deltan Dallagnol, alguns procedimentos jurídicos da Lava Jato dependiam de "articulação com os americanos".

Em 2021, o STF declarou a suspeição de Moro na Lava Jato. Quanto a Dallagnol, o Supremo manteve, em 2023, a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que determinou ao ex-procurador o pagamento de R$ 75 mil ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por causa da apresentação do PowerPoint em 2016, quando ele denunciou o petista sem provas e ajudou a tirá-lo da corrida eleitoral de 2018. 

Fonte: Brasil 247 com informações da Coluna Painel


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