Usurpador da presidência defendeu seu sucessor, que planejou um golpe de estado no Brasil
Michel Temer (MDB), que usurpou a presidência da República após o golpe de 2016 contra a ex-presidente Dilma Rousseff, expressou seu apoio a Jair Bolsonaro (PL), afirmando que não enxerga razões para a prisão do ex-presidente. Em uma entrevista à CNN nesta quinta-feira (8), Temer se pronunciou sobre a Operação Tempus Veritatis, conduzida pela Polícia Federal (PF) e autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A operação investiga uma alegada organização criminosa envolvida em planos de golpe de Estado e desmantelamento do Estado Democrático de Direito.
Segundo Temer, com base nos eventos conhecidos até o momento, não há fundamentos para a prisão de Bolsonaro. Ele destacou que, embora haja perspectivas futuras, estas dependem da concretização de fatos específicos. Temer ressaltou a atitude de Bolsonaro ao entregar seu passaporte à Polícia Federal, afirmando que o ex-presidente "acertou" ao fazê-lo.
Na visão de Temer, o episódio do 8 de janeiro envolveu uma tentativa de golpe de Estado, porém ele considera que o movimento carecia de um plano completo. Ele argumentou que embora possa ter havido a participação de alguns generais próximos a Bolsonaro, as Forças Armadas não estariam alinhadas com tais ações.
As evidências contra Bolsonaro até o momento incluem sua suposta participação em reuniões suspeitas e o pedido de revisão de um documento que delineava um golpe de Estado. Os investigadores também apontam que Bolsonaro teria convocado os comandantes das forças militares para pressioná-los a aderir ao golpe após realizar mudanças na minuta do decreto. Os registros de acesso do Palácio do Alvorada indicam a presença do auxiliar encarregado das alterações na minuta, Filipe Martins, em uma reunião com Bolsonaro e os comandantes militares.
Além disso, as reuniões supostamente relacionadas ao golpe, incluindo uma transmissão ao vivo feita por Bolsonaro em 2021 e uma reunião de cúpula do governo em 2022, estão sendo consideradas como parte do conjunto de evidências contra o ex-presidente. Em conclusão, Temer enfatiza que, embora haja suspeitas e investigações em curso, os fatos apresentados até o momento não justificam a prisão de Bolsonaro, conforme sua análise dos eventos.
Fonte: Brasil 247 com entrevista à CNN
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