Foram 353 vítimas de ações policiais no ano passado. Governador já atacou as câmeras corporais em diversas ocasiões
No primeiro ano de gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos) como governador, São Paulo observou um aumento alarmante no número de mortes provocadas por policiais militares em serviço, informa a Folha de S. Paulo. De acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP), houve um crescimento de 38% nas mortes durante ações da PM em 2023, em comparação com o ano anterior.
O levantamento da SSP revela que 353 pessoas perderam a vida em ações policiais durante o ano passado, contrastando com as 256 vítimas registradas em 2022. Na cidade de São Paulo, o número de pessoas mortas por PMs subiu 54%. Foram 130 mortes em 2023, em comparação com 84 no ano anterior. Esse aumento é motivo de preocupação e levanta questionamentos sobre as políticas de segurança implementadas no estado.
Um ponto de destaque nessas estatísticas são as duas fases da Operação Escudo, realizadas na Baixada Santista entre julho e outubro, que resultaram na morte de 36 pessoas. "A primeira operação, que deixou um saldo de 28 mortos, foi a intervenção mais letal da PM desde o massacre do Carandiru, em 2 de outubro de 1992, em que 111 presos foram assassinados", diz a reportagem.
No período anterior, de 2021 para 2022, houve uma queda na letalidade policial, atribuída ao programa de câmeras corporais, iniciado na administração do ex-governador João Doria. Atualmente, o estado conta com aproximadamente 10 mil desses equipamentos, mas não há previsão de ampliação da quantidade de câmeras. O governador Tarcísio de Freitas já expressou contrariedade sobre o tema, embora tenha mencionado que a possível compra de novos dispositivos está em estudo pela Polícia Militar.
Já em relação a mortes provocadas por policiais militares de folga, houve uma redução de 18% em 2023. Foram 24 mortes a menos em comparação com o ano anterior, totalizando 104 casos em 2023. Na capital, as ocorrências também diminuíram, passando de 88 mortes em 2022 para 69 em 2023, representando uma queda de 22%.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) divulgou uma nota afirmando que investe continuamente em treinamento e aquisição de equipamentos de menor poder ofensivo para reduzir a letalidade em intervenções policiais. "Todos os casos dessa natureza são rigorosamente investigados, encaminhados para análise do Ministério Público e julgados pelo Poder Judiciário. Uma Comissão de Mitigação e Não Conformidades analisa todas as ocorrências de mortes por intervenção policial e se dedica a ajustar procedimentos e revisar treinamentos".
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
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