Nomeada por Ricardo Lewandowski para liderar a Secretaria Nacional de Acesso à Justiça, Sheila de Carvalho assumiu sua posição no segundo escalão do Ministério da Justiça e da Segurança Pública na última quinta-feira (1º).
Ela recebeu apoio da primeira-dama, Rosângela “Janja” da Silva, e traz uma trajetória distinta da maioria de seus colegas na Esplanada.
Criada no bairro periférico do Campo Limpo, em São Paulo, Carvalho frequentou escolas públicas e concluiu sua graduação em direito por meio do Programa Universidade Para Todos (Prouni).
Em entrevista, ela destaca o incentivo ao estudo por parte de seu pai, que chegava a dormir na fila para garantir sua vaga em escolas com ensino de melhor qualidade.
Na Universidade Presbiteriana Mackenzie, onde iniciou sua graduação em 2008, foi uma das primeiras bolsistas do Prouni na instituição. Durante os primeiros anos da faculdade, conciliou suas aulas com um estágio em direito e um trabalho de meio período em um call center.
A nova secretária, ao abordar sua trajetória, destaca a capacidade de enxergar perspectivas que podem passar despercebidas por aqueles em posições de poder. Sua dedicação à agenda de direitos humanos e aos movimentos negro e social é evidenciada por sua participação na Uneafro Brasil e na fundação da Coalizão Negra por Direitos, uma coalizão com mais de 200 entidades.
Carvalho recebeu apoio de figuras como a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o advogado-geral da União, Jorge Messias.
No entanto, o apoio mais crucial teria vindo de Janja, que tem defendido a presença de mais mulheres em cargos de liderança no governo.
Ao longo dos anos da Lava Jato, Carvalho foi crítica à operação e à prisão de Lula, participando do grupo Prerrogativas e da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD). Ela assume a Secretaria de Acesso à Justiça, uma pasta que ela mesma defendeu durante a transição do governo Lula em 2022.
Na gestão de Flávio Dino no Ministério da Justiça, Carvalho atuou como assessora especial e presidiu o Comitê Nacional para Refugiados (Conare), cargo que ela ainda mantém.
Ao comentar sobre sua nomeação, expressou gratidão pela confiança de Lula e Janja, além de ter expectativas de realizar um trabalho significativo ao lado do novo ministro da Justiça.
Fonte: DCM
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