Investigado por planejar um golpe de Estado para se manter no poder após perder as eleições, Bolsonaro convocou uma manifestação para se defender
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), tem dito a interlocutores que ainda não decidiu se irá ao ato convocado por Jair Bolsonaro (PL), marcado para o dia 25 de fevereiro, na Avenida Paulista, mas que, embora não tenha tomado uma decisão definitiva, a tendência atual é de se juntar à manifestação convocada pelo ex-mandatário. Aliados do emedebista, porém, têm alertado o prefeito para o alto risco de desgaste que a sua participação no ato poderá trazer à sua imagem.
Bolsonaro é investigado pela Polícia Federal (PF) por sua suposta participação em uma trama golpista para manter-se no poder e a manifestação é vista como uma oportunidade para que ele se defenda publicamente. Aliados de Nunes avaliam que a participação do prefeito pode complicar sua estratégia política de se apresentar como um administrador focado em questões municipais, evitando embates ideológicos.
Segundo a coluna Painel, da Folha de S. Paulo o temor é que a participação no ato seja explorada por seus opositores nas eleições, especialmente pelo candidato Guilherme Boulos (PSOL), apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A fotografia ou filmagem de Nunes ao lado de Bolsonaro poderia vincular a imagem do prefeito a Bolsonaro, dificultando sua estratégia de manter uma postura neutra diante das questões nacionais. “Além disso, sua participação pode ser vista como endosso aos crimes que têm sido atribuídos ao ex-presidente. Por fim, pode associá-lo a discursos antidemocráticos que sejam entoados por Bolsonaro ou algum outro participante do evento”, ressalta a reportagem. Uma outra preocupação é que isso possa prejudicar alianças partidárias, como a possível inclusão do PSDB em sua coalizão ou a entrega de cargos ocupados por tucanos em sua gestão.
Por outro lado, o receio de Nunes é que sua ausência no protesto desagrade Bolsonaro, levando-o a retirar seu apoio e possivelmente lançar um concorrente alinhado ao bolsonarismo, o que poderia impactar negativamente nas chances de reeleição do prefeito.
Fonte: Brasil 247 com informação da coluna Painel da Folha de S. Paulo
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