Senador Hamilton Mourão, que foi vice de Jair Bolsonaro, pediu ação dos militares contra as instituições que investigam golpistas
Parlamentares do PSOL decidiram tomar medidas legais em resposta ao pronunciamento do senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) no Senado, na última quinta-feira (8). Em seu discurso, Mourão instigou as Forças Armadas a não se "omitirem" diante da operação Tempus Veritatis da Polícia Federal, que investiga uma possível trama golpista envolvendo militares de alta patente e ex-ministros do governo Bolsonaro. Uma das ações tomadas foi uma representação apresentada ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Nessa representação, assinada pela deputada federal Luciene Cavalcante (PSOL-SP), pelo deputado estadual de São Paulo, Carlos Giannazi, e pelo vereador da sigla em São Paulo, Celso Giannazi, pede-se que o magistrado proíba Mourão de incitar as Forças Armadas a agirem contra as Instituições Democráticas, de acordo com reportagem do Brasil de Fato.
Além disso, outro grupo de parlamentares do PSOL, composto pelos deputados federais Sâmia Bonfim (PSOL-SP), Glauber Braga (PSOL-RJ) e Fernanda Melchionna (PSOL-RS), anunciou que irá acionar a Procuradoria Geral da República (PGR) contra Mourão. Eles também pretendem entrar com uma representação no Conselho de Ética contra o senador, em virtude do que consideram ser "declarações golpistas".
As alegações de Mourão no plenário do Senado geraram preocupações entre os parlamentares do PSOL, que veem suas declarações como uma incitação às Forças Armadas para reagirem contra as investigações em curso. Sâmia Bonfim, em uma publicação no Twitter, mencionou que o ex-vice-presidente instigou as Forças Armadas a se insurgirem contra a operação da PF que visa os articuladores do suposto golpe.
Fernanda Melchionna, em declarações ao Brasil de Fato, enfatizou a gravidade das ações de Mourão e a necessidade de que ele responda civil e criminalmente por suas declarações. Além disso, destacou a importância da representação na PGR e do processo junto ao Conselho de Ética como medidas para responsabilizá-lo por incitar ações golpistas.
Por fim, a operação Tempus Veritatis, conduzida pela Polícia Federal, resultou no afastamento de quatro militares da ativa, incluindo o general Estevam Theóphilo Gaspar de Oliveira, do Exército. As investigações indicam que o general teria se reunido com Bolsonaro em dezembro de 2022 e demonstrado apoio ao presidente em uma possível ação golpista, que incluía a prisão do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes.
Fonte: Brasil 247 com reportagem do Brasil de Fato
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