sábado, 3 de fevereiro de 2024

Palestinos fogem para Rafah, onde há um chuveiro para cada 2 mil pessoas e um banheiro para cada 500

 Deslocados, os palestinos se concentram na fronteira com o Egito. Agora, Israel promete uma ação militar exatamente nesta região

(Foto: Reuters/Ibraheem Abu Mustafa)

 Rafah, uma pequena cidade de apenas 65 km² e já empobrecida mesmo para os padrões da Faixa de Gaza, encontra-se agora no epicentro da crise humanitária que atinge os palestinos em decorrência dos ataques brutais feitos por Israel àquele território.

O escritório de direitos humanos da ONU (OHCHR) em Gaza revelou que 1,3 milhão de pessoas, mais da metade da população total de 2,3 milhões do enclave, deslocaram-se para Rafah, buscando refúgio na cidade de fronteira com o Egito, onde Israel sinaliza que estenderá suas operações terrestres, informa o jornal O Globo.

Gaza, já um dos lugares mais densamente povoados do planeta, viu 1,7 milhão de pessoas deixarem suas casas desde o início dos ataques, resultando em uma superlotação severa em cidades como Khan Younis e Rafah, esta última localizada a menos de 10 km da zona de conflito. A intensificação dos combates em Khan Younis agrava ainda mais a situação.

Além da falta crítica de alimentos, água e remédios, a crescente aglomeração de pessoas em Rafah deu origem a surtos de doenças, incluindo sarna e a disseminação de piolhos. As condições de higiene são precárias, com milhares de pessoas sendo forçadas a compartilhar poucos chuveiros e banheiros. Tamara Alrifai, chefe de comunicações da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados do Oriente Médio (UNRWA), destacou a situação alarmante: "nossos números mais recentes mostram que há um chuveiro para cada 2 mil pessoas e um banheiro para cada 500".

O sofrimento da população é palpável. Haneen Harara, funcionária de uma instituição de caridade holandesa, relata ter fugido para Rafah recentemente, encontrando 15 de seus parentes em um único quarto. O médico John Kahler, da organização MedGlobal, descreveu uma cena angustiante de até 700 pessoas clamando por ajuda do lado de fora de sua clínica.

Enquanto a crise humanitária se desenrola em Rafah, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, indicou planos de expandir a operação terrestre na região.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

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