Padre José Eduardo de Oliveira e Silva seria parte do “núcleo jurídico” da organização criminosa que teria como objetivo desacreditar o processo eleitoral e planejar o golpe
Nesta quinta-feira (8), o padre José Eduardo de Oliveira e Silva, membro da Diocese de Osasco (SP), foi alvo de uma operação da Polícia Federal que também visa investigar Jair Bolsonaro (PL) e aliados em um conluio para um golpe de Estado. A ação policial foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
De acordo com informações divulgadas pela PF, o padre teria participado de uma reunião realizada em 19 de novembro de 2022, na qual teria sido discutida uma minuta golpista com o objetivo de impedir a posse do então presidente eleito, Lula (PT), informa a CartaCapital. Registros indicam que o padre esteve presente no Palácio do Planalto durante o referido encontro.
José Eduardo de Oliveira e Silva foi alvo de um mandado de busca e apreensão. Em uma representação enviada ao STF, a PF destacou que o padre mantém um site em seu nome, no qual foram identificados diversos vínculos com pessoas e empresas já investigadas em inquéritos relacionados à produção e disseminação de notícias falsas.
Segundo informações fornecidas pela Polícia Federal, o padre seria parte do denominado “núcleo jurídico” da organização criminosa que teria como objetivo desacreditar o processo eleitoral e planejar a execução de um golpe. O “núcleo jurídico” atuaria prestando assessoramento e elaborando minutas de decretos com fundamentação jurídica e doutrinária que atendessem aos interesses golpistas do grupo investigado.
Nota da Polícia Federal – A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (8/2) a Operação Tempus Veritatis para apurar organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder.
Estão sendo cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas. Policiais federais cumprem as medidas judiciais, expedidas pelo Supremo Tribunal Federal, nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.
Nesta fase, as apurações apontam que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital.
O primeiro eixo consistiu na construção e propagação da versão de fraude nas Eleições de 2022, por meio da disseminação falaciosa de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022.
O segundo eixo de atuação consistiu na prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível.
O Exército Brasileiro acompanha o cumprimento de alguns mandados, em apoio à Polícia Federal.
Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.
Fonte: Brasil 247 com informações da Carta Capital
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