Davi, um dos integrantes do BBB24, tem sido reiteradamente vítima de racismo na casa. Jovem pensou em desistir por sua saúde mental, mas foi "convencido" por Boninho a permanecer
Por Camila França, 247 - A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, reagiu ao assédio sofrido pelo motorista por aplicativo, o jovem baiano Davi, de 21 anos, um dos integrantes da edição de 2024 do Big Brother Brasil (BBB) da TV Globo. Vítima de reiteradas ofensas racistas na casa, sobretudo de subcelebridades como os cantores Wanessa Camargo e Rodriguinho, o participante colocou em dúvida se valeria a pena a sua permanência no programa em detrimento da sua saúde física e emocional. Um áudio vazado na manhã deste domingo (11) mostra o diretor do programa, José Bonifácio Brasil de Oliveira, o Boninho, “convencendo” Davi a permanecer no programa, em um claro posicionamento de assédio moral.
Segundo a ministra Anielle, “o que aconteceu com Davi hoje é o que, infelizmente, acontece com a juventude negra quase todos os dias. Não por acaso ou coincidência, são os jovens negros, majoritariamente homens, com a média de idade do Davi, as pessoas que mais tiram a própria vida no Brasil”
Neste domingo, Davi falou claramente que o assédio - não o de Boninho, mas de Wanessa e Rodriguinho - está abalando seu emocional e causando danos físicos. "Meu emocional tá abalado e isso tá me causando danos físicos. E se eu enfartar? E se eu tiver um AVC? É a minha saúde!", confessou em conversa com outra participante.
Já chorando, Davi listou casos em que se sentiu perseguido e indagou: "O que eu faço aqui dentro que as pessoas enxergam de tão ruim em mim?". Em prantos, sinalizou que iria desistir.
No entanto, após conversa com Boninho, o motorista de aplicativo disse que ficaria na casa. "Saindo você perde tudo. Perde a faculdade. Perde tudo", disse Boninho em áudio vazado.
Anielle destacou a importância da articulação entre o seu ministério e da Saúde para garantir a saúde mental da população jovem negra, que cotidianamente lida com a desumanização e deslegitimação de suas dores. “Temos conversado desde o início da gestão no MIR, com o Ministério da Saúde para a elaboração de uma política pública de saúde mental com foco na juventude negra, para que a consequência do racismo, da deslegitimação, da desumanização e da exclusão não seja a retirada da própria vida”.
Fonte: Brasil 247
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