quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

Novatos da Abin eram usados para espionagem ilegal e na tentativa de vincular ministros do STF ao PCC

 Segundo a PF, os agentes em estágio probatório eram obrigados a realizar consultas no software espião FirstMile para verificar a localização de alvos da 'Abin paralela'

(Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

Servidores recém-nomeados para a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) eram utilizados no esquema de espionagem ilegal da agência durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), informa o Metrópoles. A Polícia Federal (PF) aponta que três desses novatos estariam envolvidos na tentativa de vincular ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ao Primeiro Comando da Capital (PCC).

Segundo as investigações da PF, os agentes novatos da Abin eram coagidos a realizar consultas no software israelense FirstMile, utilizado para verificar a localização de alvos da chamada 'Abin paralela'. A suspeita é de que a cúpula da Abin aproveitava a situação dos servidores em estágio probatório para realizar consultas ilegais.

O esquema de espionagem ilegal incluiu uma tentativa de vincular os ministros do STF Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes à advogada Nicole Fabre, da ONG Anjos da Liberdade. Nicole era conhecida por atuar contra uma portaria do Ministério da Justiça que limitava o contato presencial entre advogados e detentos em presídios federais. A PF sugere que a 'Abin paralela' visava alimentar a disseminação de fake news contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), insinuando uma conexão entre eles e o PCC.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) emitiu um parecer em 22 de janeiro, com base em um pedido da PF, confirmando que boa parte das consultas no software FirstMile foi realizada por servidores recém-nomeados da Abin. Essas consultas eram impostas aos novatos sem seguir os protocolos exigidos pela Agência, como os planos de operações, ordens de busca e pedidos de conhecimento. "Essas consultas eram feitas, portanto, no mais das vezes, sem ordens formais, prevenindo-se rastro material das atividades ilícitas", destaca um trecho do parecer da PGR.

A PF identificou quatro servidores que teriam feito consultas no FirstMile para a espionagem ilegal que tentava ligar PCC e STF: Ottoney Braga dos Santos, Thiago Gomes Quinalia, Renato Pereira de Araújo e Rodolfo Henrique da Silva Nascimento. Destes, os três últimos são servidores que ingressaram no último concurso, realizado em 2018. Nenhum dos citados se manifestou sobre o caso.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

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