As mulheres, especialmente as mais jovens, lideram um movimento em direção a opiniões progressistas, principalmente em temas morais centrais no debate público e na política de esquerda. A mudança de comportamento, marcada pelo gênero e pela idade, é evidente em tópicos como a agenda de direitos da população LGBTQIA+, refletindo-se também no apoio à candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na última eleição presidencial.
É o que diz a pesquisa “A cara da democracia”, realizada pelo Instituto da Democracia (IDDC-INCT). De acordo com a análise, jovens entre 18 e 29 anos, especialmente mulheres, mostram predominância de posições favoráveis ao casamento gay e à adoção de crianças por casais do mesmo sexo. Os dados revelam que 66% dos homens e 79% das mulheres nessa faixa etária apoiam a adoção por casais gays, enquanto 62% dos homens e 68% das mulheres defendem o casamento gay.
À medida que a idade avança, o apoio a esses direitos diminui, sendo menor entre os homens, que ficam mais divididos sobre esses temas. Apenas 37% dos homens e 54% das mulheres com mais de 65 anos são favoráveis à adoção por casais gays. Segundo a pesquisadora Larissa Marques, tanto a geração quanto o gênero desempenham papéis importantes no progressismo desses temas.
“Tanto a geração quanto o gênero são importantes para o progressismo nesses temas” diz a pesquisadora Larissa Marques, do Instituto de Ciência Política da UnB ao Globo. “Em todas as gerações, as mulheres são mais progressistas do que os homens nas dimensões do casamento civil de pessoas do mesmo sexo e adoção de criança por um casal gay. Além disso, os homens e mulheres mais jovens tendem a ser mais progressistas do que homens e mulheres mais velhos”, prosseguiu.
Além disso, dados eleitorais indicam diferenças significativas entre homens e mulheres jovens nas preferências por candidatos a presidente em eleições recentes. Nas eleições de 2022 e 2018, houve uma disparidade estatisticamente relevante entre os gêneros, com uma proporção maior de mulheres jovens declarando voto em Lula no segundo turno.
O cientista político Jairo Nicolau, da FGV CPDOC, destaca que a fatia do eleitorado de 16 a 29 anos que votou em Lula no segundo turno em 2022 foi maior entre as mulheres (62%) do que entre os homens (47%). Essa tendência sugere que as mulheres jovens estão mais propensas a adotar posições progressistas e a apoiar candidatos de esquerda em comparação com os homens na mesma faixa etária.
Fonte: DCM
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