O ministro
da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, Paulo
Pimenta, usou seu perfil no X (antigo Twitter) neste domingo, 4, para fazer um
post em que associa a família do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL)
a milícias. Pimenta cita Fabrício Queiroz e nomeações de familiares de
“traficante miliciano” no gabinete do então deputado estadual do Rio de
Janeiro, o hoje senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), e ao caso da suposta
“rachadinha”.
O Estadão entrou em contato com a assessoria do
senador, que não comentou o caso.
O
ministro Paulo Pimenta disse à reportagem que já repetiu a afirmação de que “a
família Bolsonaro por vários anos teve as contas pessoais pagas pelo Queiroz”
em diversas ocasiões.
Pimenta
afirma que “desafiou” a família a processá-lo, então poderia pedir a quebra do
sigilo do Queiroz para provar a afirmação, mas que até o momento isso não
ocorreu.
O
post traz uma peça gráfica com policiais rodoviários e a frase “Brasil unido
contra o crime”, e leva a logomarca do Ministério da Justiça e Segurança
Pública.
É
na legenda da publicação que Pimenta cita indiretamente os adversários
políticos. “Acabou o tempo que traficante miliciano tinha mãe e mulher nomeada
em gabinete de deputado para depositar o dinheiro na conta do Queiroz para
pagar as contas do dia a dia da famiglia.”
O termo
italiano “famiglia” é comumente associado a uma máfia que envolve membros de
uma mesma família.
Pimenta,
ao citar Queiroz e o emprego de familiares de narcotraficantes ligados à
milícia, faz alusão as investigações sobre suspeitas da prática de “rachadinha”
no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Segundo
apontou o Ministério Público, o dinheiro da devolução de parte dos salários de
comissionados do gabinete seria gerenciado pelo ex-policial militar Fabrício
Queiroz, que foi assessor de Flávio na Alerj e é amigo de longa data do
ex-presidente.
O caso foi
arquivado pelo Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) em 2022 porque as provas
foram anuladas no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Flávio nega as acusações.
Na época, a defesa de Queiroz declarou que as transações seriam “amplamente
explicadas” em eventual ação penal.
Em
seu gabinete, Raimunda Magalhães e Danielle Mendonça Magalhães da Nóbrega, a
mãe e a ex-mulher do miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega, assassinado em
fevereiro de 2020, ocuparam cargos de assessoras entre 2007 e 2018.
O assunto do post, originalmente, é a perda de dinheiro e
patrimônio de narcotraficantes e milicianos devido às ações do Governo Federal,
como a operação para Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que segundo o ministro
chegam a R$ 8,5 bilhões.
“No governo Lula os narcotraficantes e milicianos já
perderam mais de 7 bilhões de reais em dinheiro e patrimônio. Na GLO nos
portos, estradas e aeroportos mais 1,5 bi. É o Brasil Unido contra o crime”,
declara Pimenta na publicação.
Fonte: Bem Paraná com Estadão Conteúdo
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