quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

Mauro Cid orientou oficial do Exército a ignorar recomendação do MPF para desmobilizar acampamentos golpistas: 'manda se fod**!'

 "Eles [o MPF] não podem multar. Eles não podem prender. Eles não podem fazer porra nenhuma. Só vão encher o saco", diz o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro em áudio

Mauro Cid (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Ao deflagrar a Operação Tempus Veritatis na semana passada, a Polícia Federal (PF) destacou mensagens do tenente-coronel Mauro Cid, na época ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), que evidenciam a "anuência de militares com manifestações antidemocráticas" que ocorreram em frente a quartéis.

Segundo a coluna da jornalista Andréia Sadi, do G1, em um diálogo transcrito pela PF Mauro Cid, orienta um oficial do Exército a ignora uma recomendação do Ministério Público Federal (MPF) para desmobilizar um acampamento golpista montado em frente, a uma unidade do Exército em Caxias do Sul (RS). 

"Cara, vou ser bem sincero contigo. Tá recomendado... manda se foder! Recomenda... está recomendado. Obrigado pela recomendação (...) Eles [o MPF] não podem multar. Eles não podem prender. Eles não podem fazer porra nenhuma. Só vão encher o saco. Mas não vão fazer nada, não", diz Cid. 

Ainda conforme a reportagem, o áudio foi enviado ao tenente-coronel Alex de Araújo Rodrigues, subcomandante do 3º Grupo de Artilharia Antiaérea na época, que buscava ajuda de Cid, afirmando que "o MPF está colocando a gente contra a parede". 

Rodrigues compartilhou com Cid o texto da recomendação feita pelos procuradores de Caxias do Sul, que instava a unidade militar a adotar providências para desocupar a área ocupada por manifestantes golpistas. Entre as recomendações estavam a adoção de providências para a retirada de banheiros químicos, tendas e barracas usadas pelos manifestantes, que ocupavam uma área da União.

A recomendação do MPF apontava que a ocupação da área militar ocorria "de forma permanente e indevida, por manifestantes que incitam animosidade das Forças Armadas contra os poderes constituídos".

Diante da resposta de Cid, Rodrigues pediu ao ajudante de ordens que informasse "Alves" sobre a orientação, alegando que este estaria "desesperado" com a iniciativa do MPF. Conforme a PF, "Alves" seria o tenente-coronel Anderson dos Santos Alves, comandante do 3º Grupo de Artilharia Antiaérea.

Fonte: Brasil 247 com informação da coluna da jornalista Andréia Sadi, do G1


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