sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Mauro Cid informava Freire Gomes sobre o andamento do plano de golpe

 Segundo a PF, as mensagens foram trocadas ao longo de 31 dias por meio do UNA, aplicativo institucional do Exército

Jair Bolsonaro e General Marco Antônio Freire Gomes (Foto: Isac Nóbrega/PR)

Diálogos obtidos pela Polícia Federal (PF) no âmbito das investigações que apuram um suposto plano de golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder após as eleições de 2022 apontam que o tenente-coronel, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então mandatário, utilizou um aplicativo institucional da Força militar, o UNA, para informar o general Antônio Freire Gomes, então comandante do Exército, sobre o andamento da trama golpista. 

De acordo com o Metrópoles, a troca de mensagens entre Mauro Cid e Freire Gomes teria ocorrido ao longo de 31 dias. A PF alega que cinco áudios enviados por Cid ao então comandante do Exército indicam a evolução dos planos golpistas de Bolsonaro e seus aliados. As mensagens foram enviadas entre 8 de novembro e 9 de dezembro de 2022.

“Cid, que é oficial da ativa, relatou ao general detalhes das tratativas golpistas discutidas a portas fechadas, entre elas a decisão de Bolsonaro de fazer alterações e ‘enxugar’ a minuta do golpe e manter apenas a determinação da prisão do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e excluir outras autoridades da lista”, destaca a reportagem. 

Em sua delação premiada à Polícia Federal, Cid relata que Bolsonaro revelou uma minuta de decreto no qual previa a prisão de Moraes, a convocação de novas eleições e a anulação da vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ainda de acordo com a reportagem, o ex-comandante do Exército deverá ser chamado para depor sobre o caso.  

A representação da PF ao ministro Alexandre de Moraes que resultou na Operação Tempus Veritatis, deflagrada na semana passada, não descarta a hipótese de omissão dos comandantes militares diante da tentativa de golpe.

Até o momento, Freire Gomes não se pronunciou sobre a investigação, apesar dos pedidos para esclarecer os diálogos com Cid e as conversas com Bolsonaro. Fontes do Exército afirmam que ele não pretende se manifestar publicamente por enquanto.

Apesar disso, Freire Gomes tem dito a amigos e interlocutores que não se omitiu diante da articulação golpista feita por Jair Bolsonaro (PL) e aliados próximos. O  militar tem argumentado que atuou junto aos colegas de farda para barrar a possibilidade de um golpe e que uma atuação junto ao Alto Comando era mais efetiva do que denunciar as intenções do então presidente da República ao Supremo Tribunal Federal (STF), o que, segundo ele, geraria uma crise institucional que poderia resultar na efetivação do golpe.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Nenhum comentário:

Postar um comentário