segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

Lula confronta Lira e descarta tirar Padilha da articulação política

 Presidente tem demonstrado insatisfação, mas Lula não deve ceder à pressão

Lula em sua primeira reunião no Palácio do Planalto, com ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (Foto: Ricardo Stuckert)

 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou aos seus aliados sua posição de não atender às demandas do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para substituir o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), de acordo com reportagem da Folha de S. Paulo. Lira tem intensificado suas pressões e alertou os interlocutores de Lula sobre possíveis obstáculos na agenda governamental na Câmara, caso Padilha não seja trocado. O contexto eleitoral de 2024, caracterizado como um ano com menor margem para votações, acrescenta desafios à articulação política do governo.

Para contornar a situação, os auxiliares de Lula planejam buscar uma reaproximação entre Lira e Padilha nas próximas semanas. A continuidade de Padilha no cargo é a orientação atual, apesar das tensões percebidas na relação entre Lira e o ministro. Lira enfatizou que sua insatisfação é direcionada a Padilha, não abrangendo o governo como um todo.

As negociações entre Lira e Lula estão previstas para os próximos dias, onde Lira buscará o apoio do governo para a indicação do próximo presidente da Câmara, além de preparar o terreno para suas aspirações eleitorais futuras. A base de apoio de Lira na Câmara foi fortalecida com a distribuição de emendas, principalmente durante o governo Bolsonaro, ampliando o poder da cúpula do Congresso. No entanto, na gestão Lula, a liberação e execução dessas emendas estão concentradas no Ministério de Padilha. Ministros de Lula defendem a permanência de Padilha no cargo, argumentando que sua substituição fortaleceria Lira em detrimento do Executivo. Em entrevista, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou considerar ultrajante a parcela do orçamento controlada por parlamentares. Nada menos que R$ 53 bilhões.

Fonte: Brasil 247 com reportagem da Folha de S. Paulo

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