Empresa R7 Facilities está registrada em nome de um "laranja" que recebeu auxílio emergencial e mora na periferia de Brasília
O Ministério da Justiça e Segurança Pública irá solicitar uma "rigorosa apuração" sobre a empresa R7 Facilities, responsável pelos serviços de manutenção do presídio federal de Mossoró (RN), onde ocorreu a fuga de dois detentos no último dia 14. A decisão foi tomada após o jornal O Estado de S. Paulo publicar uma reportagem apontando que a empresa está registrada em nome de um "laranja" que anteriormente recebia auxílio emergencial e reside na periferia de Brasília.
“O Ministério da Justiça e Segurança Pública irá acionar os órgãos competentes federais para que seja realizada rigorosa apuração referente à lisura da empresa citada”, disse a pasta em nota.
A pasta liderada pelo ministro Ricardo Lewandowski desde 1 de fevereiro também destacou que a Polícia Federal está investigando as circunstâncias da fuga dos presos da penitenciária. Uma das linhas de investigação sugere que uma obra em andamento dentro do presídio teria facilitado a fuga dos dois membros faccionados do Comando Vermelho. O ministro afirmou, em entrevista coletiva realizada no dia seguinte à fuga, que o caso foi resultado de uma "série de fatores", incluindo uma reforma em curso na unidade prisional.
Esta é a primeira fuga registrada na história dos presídios de segurança máxima no país. Os fugitivos, identificados como Rogério da Silva Mendonça, conhecido como Tatu, e Deibson Cabral Nascimento, o Deisinho, ainda não foram localizados. Lewandowski ressaltou que eles não ocupavam posições hierárquicas elevadas na organização criminosa.
A R7 Facilities foi contratada em abril de 2022 para realizar serviços de manutenção no presídio, com um contrato renovado em abril de 2023, totalizando um custo de R$ 1,7 milhão. O contrato envolve serviços contínuos de operação e manutenção predial, incluindo fornecimento de mão de obra exclusiva, material de consumo e insumos necessários. Segundo a reportagem, “Gildenilson Braz Torres é dono da R7 somente no papel. Ele é um ex-beneficiário do auxílio emergencial que mora na periferia de Brasília e não soube dar informações sobre a operação da companhia com faturamento anual da ordem de R$ 195 milhões”.
Anteriormente, desde janeiro de 2021, a companhia estava registrada em nome de outro intermediário, o bombeiro civil Wesley Fernandes Camilo, que assinou o contrato em 2022. Atualmente, Camilo trabalha como brigadista em um hospital particular em Brasília, com uma renda mensal de R$ 4 mil.
Fonte: Brasil 247 com informações do Estado de S. Paulo
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