A Justiça considerou três qualificadoras no crime: motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima
O juiz Leonardo Bechara Stancioli determinou que Paulo César Bezerra da
Silva vá a júri popular por tentativa de homicídio triplamente qualificado e
injúria racial. Silva foi identificado como agressor do músico negro Odivaldo
Carlos da Silva, o Neno, na Rua Doutor Faivre, no Centro de Curitiba, em 22 de
novembro de 2022. As agressões foram filmadas por câmeras de segurança e
mostram Silva agredindo Neno com um cassetete. A Justiça considerou três
qualificadoras no crime: motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou
a defesa da vítima. Na decisão, o juiz negou o pedido de liberdade para o
agressor, que está preso desde o dia do crime. Além do músico, ele agrediu outro homem,
também em uma rua central de Curitiba. A data do júri popular ainda
será marcada.
Intolerância e vulnerabilidade
“O réu manifestou “intolerância e preconceito racial e agiu em razão da
condição de vulnerabilidade econômica e de preconceito racial em relação à
vítima, bem como manifesta intolerância à pessoa em situação de rua”, diz a
sentença, proferida nesta quinta (15). Em relação à outra vítima, o juiz disse
ainda que “Paulo César “agiu em razão do ódio a condição de vulnerabilidade
econômica”.
Cinco pontos
e fraturas
O músico Neno afirmou, em entrevista à RPC, que durante as agressões no dia 22, o suspeito o chamou de “macaco” e “negro sujo”, além de dizer “que morador de rua tem que apanhar”. Neno levou cinco pontos no rosto, fraturou o maxilar, quebrou um dente e tem marcas de mordidas nos braços e nas costas. Três mulheres testemunharam as agressões, chamaram a polícia e prestaram socorro a Neno, que foi encaminhado a um hospital.
Fonte: Bem
Paraná
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