Durante a campanha presidencial de 2022, a ex-presidente Dilma Rousseff relatou a Lula (PT) eventos que levantaram suspeitas de que ela vinha sendo espionada. O incidente ocorreu em Brasília, após a posse do ministro Alexandre de Moraes na presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 16 de agosto de 2022, segundo informações do colunista Guilherme Amado, do Metrópoles.
Naquela noite, após participar da cerimônia de posse no TSE, Dilma foi jantar com amigos no restaurante Villa Tevere, localizado na Asa Sul da capital. Ao chegar, a segurança da ex-presidente foi informada sobre a presença anterior de “seguranças do GSI” no local, referindo-se ao Gabinete de Segurança Institucional.
Essa informação gerou estranheza na equipe de segurança de Dilma, pois o local do jantar foi combinado horas antes por telefone, sem a necessidade de envolver outra equipe. Além disso, outros acontecimentos chamaram a atenção de Dilma durante a noite.
Durante o jantar, a petista, mesmo estando habituada a ambientes públicos, notou o comportamento peculiar de três clientes em uma mesa próxima à sua. A ex-presidente havia solicitado uma mesa no segundo andar do restaurante exatamente por causa de sua discrição.
Essas preocupações relatadas por Dilma ganharam destaque em meio à revelação de que o então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, havia solicitado a infiltração de agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) nas campanhas presidenciais.
Durante uma reunião em 5 de julho de 2022, um vídeo mostrou Heleno discutindo o plano com o então diretor-geral da Abin, antes de ser interrompido por Bolsonaro.
“Conversei ontem o Victor (Carneiro), novo diretor da Abin. Nós vamos montar um esquema para acompanhar o que os dois lados estão fazendo. O problema todo disso é se vazar qualquer coisa aí… Muita gente se conhece nesse meio. E, se houver qualquer acusação e infiltração desses elementos da Abin em qualquer dos lados…”, disse Heleno.
Antes de concluir a frase, ele foi interrompido por Bolsonaro: “General, eu peço que o senhor não fale, por favor. Peço que o senhor não prossiga mais na sua observação. Se a gente começar a falar ‘não vazar’, esquece, pode vazar. Então, a gente conversa particular na nossa sala sobre esse assunto”.
Fonte: DCM com informações da coluna do jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles
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