terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

Em reunião com Bolsonaro, ex-ministro da CGU chamou de “merda” relatório que apontava urna eletrônica como confiável

 Rosário apontou obstáculos técnicos, incluindo a complexidade do sistema de segurança das urnas. No entanto, o relatório finalizado em dezembro de 2022 não apontou nenhum problema

Em uma reunião gravada em vídeo, o ex-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU) no governo Bolsonaro, Wagner Rosário, expressou sua insatisfação com um relatório em andamento na instituição que comandava. O documento, que atestava a confiabilidade das urnas eletrônicas, foi descrito por Rosário como “horrível”, “merda” e que “não falava nada com nada”, informa Camila Bomfim, no g1.

“Presidente, um ponto importante. Vou concordar com o que general falou. Eu recebi o relatório da última fiscalização da CGU, e eu não tive coragem de olhar […] Estava horrível, uma merda, não falava nada com nada. […] . Por que que esse relatório não fala nada com nada? Não entendi nada”, disse Rosário no encontro.

Rosário apontou obstáculos técnicos, incluindo a complexidade do sistema de segurança das urnas. No entanto, o relatório finalizado em dezembro de 2022 não apontou nenhum problema.

O parecer conclui que não há nenhum problema com as urnas: “No âmbito de atuação da CGU como entidade fiscalizadora, considerando o escopo de ação definido pela Controladoria e os instrumentos de fiscalização disponíveis na Resolução TSE nº 23.673/2021, não foram verificadas inconsistências no sistema eletrônico de votação entre as situações previstas e as verificadas pelas equipes”.

A reunião entre Rosário, o então presidente Jair Bolsonaro e ministros se tornou peça-chave na investigação da Polícia Federal sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado.

Segundo a atual gestão da CGU, o relatório não foi publicado e não teve transparência sob o comando de Rosário. A existência desse parecer só foi descoberta em 2023, na administração do ministro Vinicius de Carvalho, quando houve pedido de acesso ao documento via Lei de Acesso à Informação.

Fonte: Agenda do Poder com informação da jornalista Camila Bomfim, do G1

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