Minuta do decreto golpista foi apreendida no âmbito da Operação Tempus Veritatis, deflagrada pela PF na quinta-feira
A defesa de Jair Bolsonaro (PL) alega que a minuta do decreto golpista encontrado pela Polícia Federal (PF) em seu gabinete, na sede do PL, em Brasília, foi enviada ao ex-mandatário pelo advogado Paulo Amador da Cunha Bueno para que ele tomasse “conhecimento do material”. A minuta do decreto golpista foi apreendida no âmbito da Operação Tempus Veritatis, deflagrada pela PF na quinta-feira (8) com o objetivo de apurar os atos golpistas do dia 8 de janeiro do ano passado.
O documento, que prevê uma possível declaração de estado de sítio e um "decreto" de Operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), foi encontrado na sala utilizada por Bolsonaro na sede do PL. Segundo a Polícia Federal, as ações propostas na minuta tinham como objetivo impedir a posse do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após as eleições de 2022.
De acordo com o jornal O Globo, “a defesa afirma que Bolsonaro não sabia da existência do texto e solicitou ao seu advogado, Paulo Amador da Cunha Bueno, que enviasse a minuta para que 'pudesse tomar conhecimento do material'. O texto foi, então, encaminhado diretamente para o celular de Bolsonaro”. O ex-mandatário teria imprimido a minuta golpista para facilitar a leitura.
A defesa de Bolsonaro também argumenta que a minuta foi enviada ao ex-mandatário em outubro de 2023, quando ele já estava sob investigação pela Polícia Federal e que o material material foi descoberto no telefone do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que havia sido preso em maio de 2022.
No documento, a justificativa para a necessidade do golpe de estado menciona decisões judiciais consideradas "injustas na prática" devido à "falta de constitucionalidade" e um "desmedido ativismo judicial" de ministros do Supremo Tribunal Federal. O texto critica especificamente o ministro Alexandre de Moraes, alegando que ele não poderia ter presidido o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições de 2022.
Ainda segundo a reportagem, a minuta golpista diz em seu final que “diante de todo o exposto e para assegurar a necessária restauração do Estado Democrático de Direito no Brasil, jogando de forma incondicional dentro das quatro linhas, com base em disposições expressas da Constituição Federal de 1988, declaro o Estado de Sítio; e, como ato contínuo, decreto Operação de Garantia da Lei e da Ordem”.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
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