quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Cúpula do Exercito diz confiar em Freire Gomes, mas espera explicações sobre reunião e "minuta do golpe"

 Generais da ativa também esperam que o ex-comandante do Exército justifique os motivos pelos quais não ordenou a desmobilização dos acampamentos golpistas em frente aos quartéis

general Marco Antonio Freire Gomes (Foto: Alan Santos/PR)

 A cúpula do Exército avalia que o general Marco Antônio Freire Gomes, último comandante do Exército do governo Jair Bolsonaro (PL), atuou como legalista no período em que este à frente do posto ao rejeitar participar das tratativas para um eventual golpe de Estado para manter o então mandatário no poder. Segundo a coluna do jornalista Valdo Cruz, do G1, apesar de manterem a confiança no colega de farda, ”generais da ativa querem que o ex-comandante esclareça como foram as conversas relatadas por Mauro Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, sobre a ‘minuta do golpe’”.

Segundo a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, o general Freire Gomes participou de pelo menos uma reunião preparatória do documento. Agora, o Exército espera que o militar possa explicar as razões pelas quais a trama golpista urdida no no Palácio do Alvorada não foi denunciada imediatamente pelo então comandante da Força. 

Os militares esperam, ainda, que Freire Gomes também preste explicações sobre não ter ordenado a desmobilização dos acampamentos golpistas montados em frente aos quartéis que defendiam uma intervenção militar para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A Polícia Federal está investigando esses acampamentos como parte do inquérito dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

“Em defesa de Freire Gomes, colegas de Exército dizem que o militar evitou o pior – que teria sido colocar as tropas do Exército a serviço de Bolsonaro para uma tentativa de intervenção militar”, ressalta a reportagem. 

O envolvimento do general Estevam Theophilo, porém, foi considerado uma "péssima surpresa" dentro do Exército. Ainda conforme Valdo Cruz, “a cúpula do Exército sabia das posições de Estevam Theophilo a favor de Bolsonaro. O envolvimento como suposto intermediário para tentar mobilizar as tropas na direção do golpe, no entanto, estava fora do radar das Forças Armadas”.

Fonte: Brasil 247 com informação do jornalista Valdo Cruz, do G1

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