sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Com medo de prisão de Bolsonaro, apoiadores lotaram redes com pedidos de oração


O ex-presidente Jair Bolsonaro ficou em silêncio durante oitiva na PF. Foto: Evaristo Sá/APF

 Nos últimos dois dias, as redes bolsonaristas foram inundadas por um clima de apreensão e revolta, alimentado por rumores de uma possível prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de seus aliados após o depoimento simultâneo de 22 alvos da Polícia Federal na última quinta-feira (22). Esses depoimentos fazem parte de uma investigação que busca esclarecer uma possível tentativa de golpe de Estado para impedir a posse de Lula no início de 2023.

Pedidos de oração e mobilização popular dominaram as publicações dos apoiadores, enquanto parlamentares também expressavam temor por uma “surpresa” da PF. No entanto, o boato não se concretizou. Tanto Bolsonaro quanto seus aliados foram liberados pela PF, inclusive os que optaram por permanecer em silêncio.

Essa notícia trouxe alívio à militância, que agora está redobrando os esforços para convocar uma manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo, no próximo domingo (25), após a operação Tempus Veritatis, deflagrada no último dia 8.

A preocupação intensificou-se na véspera dos depoimentos, com vídeos e montagens alertando sobre uma suposta ameaça iminente. Embora alguns desses posts tivessem um tom ameaçador, aliados de Bolsonaro asseguram que o ato de domingo será a favor do “Estado Democrático de Direito”.

Alguns bolsonaristas pediram mobilização diante da Polícia Federal, apesar de os depoimentos terem ocorrido em diferentes cidades, além de Brasília, onde Bolsonaro se apresentou.

Até mesmo parlamentares contribuíram para a narrativa, destacando que a prisão de Bolsonaro poderia causar instabilidade no país.

O clima de desconfiança cresceu após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizar a PF a manter a data do depoimento de Bolsonaro, apesar dos pedidos de adiamento pela defesa do ex-presidente.

Em uma das publicações que mais demonstraram o desespero por uma eventual prisão do ex-presidente, o pastor Silas Malafaia escreveu em sua conta no X, antigo Twitter, que a PF poderia detê-lo para que Moraes conseguisse, segundo ele, “produzir narrativa na imprensa e desviar o foco da pressão que está sobre a asneira monstruosa dita por Lula e também a manifestação pacífica de domingo na paulista”.

Apesar dos esforços para minimizar a situação, a tensão entre as redes bolsonaristas reflete a delicadeza da situação jurídica do ex-presidente. Sua convocação para os atos de domingo pode ser interpretada como uma tentativa de demonstrar apoio popular em um momento de vulnerabilidade política.

No entanto, diante das acusações de golpe de Estado e da falta de foro privilegiado, qualquer enfrentamento direto às instituições pode ter consequências graves para Bolsonaro.

Fonte: DCM

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