Presidente Lula, no entanto, ainda quer reabrir o canal de diálogo com o presidente da Câmara, Arthur Lira
O Palácio do Planalto não pretende acirrar os ânimos com a Câmara dos Deputados, apesar do discurso agressivo do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), na abertura do ano Legislativo, na segunda-feira (5). Segundo a coluna do jornalista Valdo Cruz, do G1, a ideia é reabrir o diálogo com Lira, mas caso ele insista em manter o tom beligerante, não está descartada a possibilidade de negociar diretamente os projetos de interesse do governo com os líderes da base aliada na Câmara.
De acordo com a reportagem, “na hipótese de Arthur Lira conseguir convencer os líderes a não negociarem com o Palácio do Planalto, o governo conta com a pressão de empresários para que a agenda da pauta econômica não fique paralisada entre os deputados”.
"Se a pauta na Câmara ficar travada por causa do Arthur Lira, ele terá de dar satisfação à turma da Faria Lima (mercado financeiro em São Paulo), com quem ele tem excelente relação e não vai gostar de medidas econômicas ficarem paradas no Congresso", disse um assessor ouvido pela reportagem.
Nos bastidores, líderes da base aliada, mesmo não criticando publicamente o discurso de Arthur Lira, reservadamente reconhecem que o tom agressivo gerou um mal-estar além do desejável com o Palácio do Planalto. Assessores do governo avaliam que o presidente da Câmara contribuiu mais para o fechamento de portas do que para abri-las, o que pode prejudicar as negociações futuras. Apesar disso, o Palácio do Planalto deverá esperar que o presidente da Câmara emita sinais para “baixar as armas” e retomar as negociações.
Uma das razões para o tom belicoso adotado por Lira em seu discurso na segunda-feira, segundo avaliação de integrantes do governo, é que o presidente da Câmara está tentando agradar a bancada de oposição, principalmente os bolsonaristas, visando sua sucessão na presidência da Casa Legislativa. Para garantir a eleição de seu sucessor, o presidente da Câmara precisará conquistar o apoio da oposição, que possui uma bancada significativa, ultrapassando os 90 bolsonaristas do PL.
Fonte: Brasil 247 com informação da coluna do jornalista Valdo Cruz, do G1
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