Já cenoura, batata, banana e laranja ficaram mais caras, impactadas principalmente pelas fortes chuvas em diversas regiões do país
Quem for à
feira ou supermercado para comprar frutas e verduras deve optar por cebola,
tomate, mamão e melancia. Essas hortalicas ficaram mais baratas no último mês,
de acordo com o 2º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do
Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado nesta quinta-feira (22/2) pela
Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Em janeiro, ocorreu a
reversão do movimento de alta de preço que vinha se apresentando no mercado de
cebola. As chuvas no final de 2023 e início de 2024 na região sul prejudicaram
a colheita e a qualidade do bulbo. A qualidade prejudicada pela umidade do
produto provoca desvalorização e é fator de contenção dos preços.
Já no caso do
tomate, a queda nas cotações é explicada pelo aumento na oferta. Os envios de
São Paulo, por exemplo, apresentaram aumento de quase 50%. Mas, esse cenário
pode não se repetir em fevereiro. No início deste mês, os preços voltaram a
apresentar alta, muito provavelmente pela reduzida disponibilidade de tomate em
ponto de colheita.
Também foi
verificado um aumento na oferta tanto para o mamão papaya quanto para o
formosa, o que influencia nos menores preços praticados. O calor nas principais
regiões produtoras acelerou o amadurecimento, e muitas frutas tiveram que ser
colhidas muito pequenas. Além da maior quantidade ofertada nos mercados, a
demanda foi baixa, outro fator de pressão de queda nas cotações. Já na
melancia, a redução nos preços é explicada, principalmente, por causa da menor
demanda verificada na região Centro-Sul do país, devido ao tempo mais chuvoso e
à menor qualidade de alguns carregamentos de melancia originários de praças
gaúchas e paulistas.
Clima impacta preços
Por outro lado,
as chuvas registradas em janeiro em importantes regiões produtoras da cenoura,
por exemplo, prejudicaram a colheita, reduzindo os volumes da raiz disponíveis
nas principais Centrais de Abastecimento (Ceasas) do país. De acordo com o
levantamento da Conab, os preços do produto no atacado mais que dobraram nas
Ceasas de Goiânia, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. A menor elevação foi
registrada em Brasília, onde foi verificado um aumento de 38,89%. Com isso, o
percentual de alta da média ponderada da cenoura ficou em 96,91%.
“A menor oferta
registrada no mercado atacadista influenciou diretamente nos preços da cenoura.
Depois de ter atingido os maiores volumes de comercialização nos últimos três
meses do ano passado, em janeiro a movimentação nesses entrepostos apresentou
queda de quase 20%, em relação a dezembro de 2023. Minas Gerais, principal
abastecedor dos mercados a nível nacional, teve seus envios às Ceasas reduzidos
em cerca de 30%. Goiás, outro estado importante na produção de cenoura, também
registrou uma redução em torno de 25% no volume enviado”, explica a gerente de
Produtos Hortigranjeiros da Conab, Juliana Torres. “O clima desfavorável para a
colheita também afetou a produção e os plantios, o que poderá ocasionar novas
altas de preço nos meses seguintes”, ressalta.
Alta também
para a batata, que na média ponderada subiu 35,25%. De acordo com o Boletim da
Conab, o abastecimento do tubérculo está concentrado na safra das águas, que
não tem sustentado os níveis de oferta. As chuvas sobre as principais regiões
produtoras ocasionaram o atraso do plantio, impactando nos envios aos mercados
em janeiro. Já para a alface não foi verificado um movimento uniforme no
comportamento dos preços nas Ceasas analisadas. Ainda assim, a média ponderada
teve uma leve alta de 6,28%.
Dentre as
frutas, a maior elevação nos preços ficou para a banana. Na média ponderada a
alta ficou em 13,84%, sendo Brasília e Rio de Janeiro as Ceasas que registraram
os maiores acréscimos nos índices percentuais, 33,65% e 26,09% respectivamente.
A subida das cotações é explicada, principalmente, pela entressafra da produção
da variedade prata na Bahia e no norte de Minas Gerais, principais fornecedores
aos mercados atacadistas.
A laranja
também ficou mais cara. Os altos preços se deveram à oferta restrita para o
varejo e à forte demanda tanto da indústria quanto do atacado. “A procura
internacional por suco se mantém aquecida. Além disso, vale lembrar que as três
safras anteriores foram menores, o que possibilita que os estoques das frutas
permaneçam baixos. Esse cenário contribui para que haja pressão de alta nos
preços”, explica Torres. No que tange ao mercado de maçã, ocorreram pequenas
elevações na maioria das Ceasas. Esse aumento se justifica por causa da baixa
oferta. No entanto, a menor demanda, resistente aos preços elevados já
praticados, ajudou a frear a alta.
Exportações – Em janeiro de
2024, o volume total enviado ao exterior foi de 84 mil toneladas, inferior em
6,75% em relação a janeiro de 2023, e o faturamento foi de U$S 92 milhões,
superior 26,73% em relação ao primeiro mês de 2022 e de 4,23% em relação a
janeiro de 2023. A expectativa é que em 2024 as exportações se mantenham em
bons níveis, com possível aumento do volume exportado. Essa boa perspectiva se
deve aos investimentos nas culturas feitos no ano passado, à estabilidade nos
custos de produção pós-pandemia, aos problemas climáticos em alguns países,
entre outros fatores.
Destaque – Nesta edição, o destaque
do Boletim aborda as chuvas intensas do início do ano de 2024 que atingiram
diversas Centrais de Abastecimento, em especial, as localizadas nos estados do
Sul e Sudeste do país. O intenso trabalho de manutenção realizado pelas diretorias
e corpo funcional dos entrepostos, como também, a atenção e apoio imediato para
atenuar os efeitos deletérios causados pelas tempestades, fez com que fossem
mitigados ou eliminados os problemas operacionais. Também, com relação às
precipitações ocorridas nos perímetros produtivos que abastecem os mercados, os
núcleos técnicos das Ceasas informam que, a não ser por problemas pontuais em
algumas culturas de produtos hortigranjeiros, o abastecimento ocorre dentro do
esperado para o período.
Os dados
estatísticos da Conab são levantados em dez Centrais de Abastecimento do país.
Outras informações sobre os preços das principais frutas e hortaliças
comercializadas no setor atacadista podem ser encontradas no boletim publicado
na página
da Companhia .
Por: Companhia
Nacional de Abastecimento (Conab)
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