Militares, políticos e assessores foram citados pelo militar em sua delação premiada à PF. Jair Bolsonaro também está entre os alvos da operação desta quinta-feira
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), listou em sua delação premiada à Polícia Federal (PF) nomes ligados ao governo do ex-mandatário que foram alvos da Operação Tempus Veritati, deflagrada pela PF nesta quinta feira (8) com objetivo de apurar a intentona golpista do 8 de janeiro do ano passado, quando militantes bolsonaristas e de extrema direita invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Entre os alvos da operação autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes figuram o ex-ministro da Casa Civil general Braga Netto, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional general Augusto Heleno e o ex-ministro da Defesa general Paulo Sérgio Nogueira, o ex-comandante da Marinha Garnier Santos e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres. Jair bolsonaro também está entre os alvos da ação da PF desta quinta-feira.
Segundo as informações fornecidas por Cid à PF, Jair Bolsonaro (PL) teria desempenhado um papel direto na elaboração de um decreto com o intuito de evitar a troca de governo após as eleições de 2022, chegando até mesmo a pedir modificações em uma minuta que propunha a prisão de autoridades e a realização de um novo pleito no país.
Ainda segundo Cid, Bolsonaro teria recebido uma versão da minuta de um decreto golpista de Filipe Martins, ex-assessor especial que foi preso nesta quinta-feira. O documento, de acordo com Cid, detalhava supostas interferências da Justiça no Poder Executivo, determinando novas eleições e a prisão de autoridades.
Mauro Cid afirmou ter participado da reunião em que o comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, teria manifestado o apoio de sua tropa a um eventual chamamento de Bolsonaro. No entanto, o comando do Exército teria recusado participar do plano golpista.
O tenente-coronel destacou que, após a leitura da minuta, Bolsonaro solicitou alterações no texto, as quais foram posteriormente implementadas por Filipe Martins. O ex-ajudante de ordens afirmou que Bolsonaro concordou com as mudanças e convocou os comandantes das Forças Armadas para discutir a execução da medida antidemocrática.
A delação de Cid também implicou o general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022. Segundo Cid, Braga Netto informava Bolsonaro sobre os acampamentos golpistas em frente aos quartéis do Exército, que pediam um golpe militar após a possível vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições. A PF investiga se Braga Netto era um intermediário entre o presidente e os manifestantes golpistas.
Fonte: Brasil 247
Nenhum comentário:
Postar um comentário